Moradores do Cidade Sorriso são acusados de vender casas

Flávia Duarte/Alagoas24HorasFlávia Duarte/Alagoas24Horas

A denúncia de que unidades do Conjunto Cidade Sorriso I, localizado no Complexo Benedito Bentes, para onde foram transferidas mais de mil famílias que residiam em favelas localizadas na orla lagunar, Eustáquio Gomes e Canaã, estariam sendo comercializadas levou representantes da Prefeitura de Maceió, Estado, Batalhão Ambiental, Guarda Municipal e Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) ao residencial na manhã desta terça-feira, dia 4.

Segundo Suzana Lobo, da Secretaria Municipal de Habitação, as denúncias começaram a surgir há cerca de um mês e davam conta da comercialização de unidades habitacionais por valores entre R$ 1.500 e R$ 2.000, troca por eletrodomésticos, carroças, pagamento de dívidas de drogas, além de ocupações desordenadas.

Na semana passada, a maioria das denúncias foi confirmada. Segundo Lobo, 15 unidades já foram tomadas dos beneficiários após a comprovação da comercialização das residências. Além de terem o imóvel tomado, os moradores terão o nome negativado no Cadastro Único dos Mutuários, o que deverá impedir que futuramente sejam beneficiados por outros programas de habitação, explicou a técnica. "Será prejudicado quem vende e quem compra, pois, constatado o comércio, nenhum dos dois poderá ficar com o imóvel".

Além da comercialização, técnicos da SMCCU constataram a invasão de uma área verde próxima à encosta existente na região. Os moradores estariam retirando a vegetação nativa para cultivar, o que pode provocar danos ambientes e futuros deslizamentos, que inclusive podem atingir as casas.

Segundo Suzana Lobo, o trabalho de fiscalização no Conjunto Cidade Sorriso deverá ser intensificado pela Prefeitura para evitar novas irregularidades. O mesmo deverá ser feito pela SMCCU, BPA e Guarda Municipal, que desenvolverão, também, um trabalho educativo com os moradores até que seja realizada a demarcação oficial dos terrenos.

A integrante da Coordenação da União de Movimentos pela Moradia, Ana Quitéria de Souza, que foi recentemente transferida para o conjunto, confirmou as denúncias de comercialização e lamentou o episódio. Ana Quitéria, no entanto, disse que a maioria dos moradores estão felizes com a transferência, após 10 anos na exclusão social, e que são contra o comércio. “Nós ficamos sabendo que pessoas transferidas no último dia 2 de julho já teriam negociado a casa, mas a prefeitura já tomou”, contou Ana Quitéria.

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