O sorriso do caçador Miguel Ernesto da Silva, 56 anos, agora tem um motivo: a água chega a sua casa. O governador Teotonio Vilela Filho esteve no Sertão de Alagoas para inaugurar a rede de abastecimento do povoado de Saúde de Baixo, em Batalha. “Isso representa muito para o sertanejo, água é tudo para eles”, descreveu o governador.
A primeira reverência que o sertanejo aprende na vida, disse o governador, é a Deus e depois é à água. “É por isso que fiz questão de vir ao povoado de Saúde de Baixo, porque sei a importância que a água tem para o povo do Sertão”, comentou Teotonio.
Foram R$ 240 mil investidos em 4 mil metros de rede de distribuição de água e outros 7 mil metros de adutora. Dona Izete de Souza, 50, que desde pequena mora na localidade às margens do Rio Ipanema, lembrou que antes pagava R$ 20 para ter água que suprisse a sede das oito pessoas da família que moram com ela.
A água já chega há oito dias no povoado de Saúde de Baixo, e a esposa do seu Miguel Ernesto, Dona Inês da Silva, 55, aproveita a disponibilidade do líquido para dar banho no jovem neto Carlos Michael, de 2 anos. “Agora ele passa o dia inteiro aí tomando banho e água”, afirmou a dona de casa.
Dona Inês recordou dos tempos em que seu marido Miguel ia até o Rio Ipanema encher baldes para ter água em casa. A sertaneja reclamou das contas de água de R$ 2 e R$ 3 mil, que chegavam a sua casa mesmo sem ter água nas torneiras. Dona Inês não se acanhou e pediu anistia ao governador. Atentamente, Teotonio Vilela a ouviu e assegurou o perdão da dívida.
Outro que comemora a melhoria no abastecimento de água é Juvenal Lopes dos Santos, 38, que ao lembrar de seu sofrimento, diz que ele e sua família rezavam para ter essa água assim jorrando da torneira. “Agora é outra coisa, a vida mudou”, comemorou.
O prefeito Paulo Dantas garantiu que, em parceria com a Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), vai ampliar a cobertura da nova rede que abastece as casas das 160 famílias de Saúde de Baixo, para beneficiar também os povoados de Saúde de Cima, Manteiga, e Timbaú. “Só quem sofre com a escassez de água sabe o valor deste benefício”, ressaltou.
A gerente da Unidade de Negócios da Casal na Bacia Leiteira, Fátima Martins, destacou que a Casal vive um novo tempo e a diretoria está pensando o órgão como uma empresa, obedecendo metas, prazos e orçamentos. “Deste modo os avanços começam a surgir”, afirmou.
