Primavera: desvio superior a R$ 2 milhões; 20 municípios são investigados

O promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, integrante do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), concedeu coletiva no final da manhã desta sexta-feira, 25, na sede do Ministério Público Estadual, quando esclareceu as denúncias que levaram à deflagração da Operação Primavera, desencadeada na manhã de hoje na cidade de Olho D’Água das Flores.

Durante a operação, nove dos 11 mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital foram cumpridos por policiais da Divisão Especial de Investigação e Captura da Polícia Civil (Deic). São apontados como integrantes da organização criminosa Antonio Rodrigues Filho, Divone Sales de Alencar Lins, Ana Cláudia Gomes Carvalho, Espedito Pereira de Novaes, Elias Eustáquio de Miranda, Carlos Alberto Rocha e Silva, Clemens Santana Machado, Jorge Luiz Lemos Palmeira, Andréa da Silva Almeida, Luciano de Abreu Pacheco e Diogo da Silva Pereira. Destes, Antonio Rodrigues Filho e Diogo da Silva Pereira ainda não foram presos.

A investigação do Gecoc teve início há cerca de seis meses e contou com a participação do promotor Luiz Tenório, que coletou provas. De acordo com a denúncia, todos os envolvidos integravam o esquema de fraudes, que incluíam compras de notas frias, superfaturamento de obras, além de desvios de verbas federais. Sobre está última modalidade, Alfredo Gaspar disse que um relatório será encaminhado pelo Gegoc para o Ministério Público Federal, uma vez que se trata de recursos federais.

Questionado se o prefeito da cidade teria envolvimento com os desvios, o promotor foi taxativo: ‘o prefeito comandava o esquema’. Na próxima semana, o Gegoc deverá formular uma ação civil por ato de improbidade administrativa que será encaminhada ao procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, pedindo o afastamento do chefe do executivo municipal. Na condição de prefeito, Carlos André Paes Barreto dos Anjos possui prerrogativas especiais.

Ainda de acordo com Alfredo Gaspar, o esquema teria sido descoberto após a prisão do vereador por Carneiros (AL), Paulo Sérgio Vieira dos Santos, o Tarzan, que possuía uma empreiteira de fachada que vendia notas fiscais frias. Segundo o Gecoc, esquema semelhante foi detectado em 20 municípios das regiões Agreste e Sertão de Alagoas, que deverão ser alvos de novas operações policiais.

O promotor alertou, ainda, que as investigações incluem ex-prefeitos, contudo, a prioridade do Gecoc seria os atuais gestores, como forma de interromper a ‘sangria’ nos cofres públicos. Alfredo Gaspar disse, ainda, que todas as pessoas presas hoje não acusadas de participar do crime, e sim figuram como réus e que todas as provas foram colhidas com base na lei.

Os presos, que tiveram a prisão preventiva decretada, serão levados para o sistema prisional de Alagoas.

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