Japoneses movimentam indústria de cosméticos

Ao menos desta vez, a nova tendência japonesa em estilo é dirigida aos homens e não às mulheres: os salões de beleza exclusivos para o público masculino. Empurrados pelo interesse crescente do homem japonês com sua aparência, os salões andam no mesmo compasso que a indústria de cosméticos para oferecer serviços como hidratação, limpeza de pele e depilação para um mercado estimado em mais de US$ 600 milhões ao ano.

A indústria de beleza no Japão é bastante diversificada e lucrativa, faturando US$ 4 bilhões ao ano, com mais de 174 mil salões de beleza. O que chama a atenção é que mesmo em meio à recessão, os homens continuaram investindo em sua aparência em salões como o House of Dandy, Shape Up House e Seio.

Ainda sob o rótulo de “metrossexuais”, os “novos homens japoneses” são vistos como um público exigente, atento a detalhes e ávido por novidades. São eles que estão transformando vários salões femininos em unissex ou fomentando a abertura de salões especializados, chamados de “esute salons”, ou salões de estética.

“Os homens estão muito mais interessados em se mostrar mais bonitos”, explicou Shigesato Kobayashi, porta-voz da gigante de cosméticos Shiseido ao “Relaxnews”. “Eles estão comprando produtos de beleza, prestam atenção a seu estilo de cabelo e todo o visual”.

A maior rede de salões de beleza, Tokyo Beauty Center, que tem 417 unidades espalhadas por todo o país e fatura US$ 398 milhões, já tem vários salões somente para homens. Para reforçar seu apelo, a empresa contratou o ex-jogador de futebol Hidetoshi Nakata como garoto-propaganda este ano. Em 2006, o TBC havia contratado o jogador de futebol inglês David Beckham para atrair a então nascente clientela que começava a pensar que ser bonito não é tão ruim assim.

Tendência

A onda da “beleza masculina” começou ainda de maneira discreta em 2002, quando a Nivea-Kao lançou os primeiros produtos de cuidados da pele para homens. Dois anos depois, a Shiseido seguiu a trilha. Em 2006, foi a vez da Rohto Pharmaceutical. Com a “pegada” do movimento metrossexual no país, o mercado faturou US$ 124 milhões, segundo o Instituto de Pesquisas Yano. No ano passado, as vendas de produtos para a pele masculinos somaram US$ 194 milhões, o equivalente a R$ 340 milhões, um aumento de 16,9% em relação a 2007.

Segundo uma pesquisa da Mandom Corp., grande empresa de cosméticos, mais de 59% dos homens japoneses agora usa loção de limpeza para a pele, um crescimento acima de 48,8% em relação a 2005. Entre os estudantes universitários, esse número sobe para mais de 85% em 2009.

Atentas ao movimento, as lojas de departamento agregaram consultores aos estandes de produtos de beleza para explicar aos homens as benesses do uso de hidratantes, cremes e afins para cada tipo de pele. Uma das explicações básicas dos consultores é que a pele masculina contém mais óleo do que a pele feminina, portanto eles precisam lavar o rosto com mais frequência e usar hidratantes regularmente.

De todos os setores, o que tem crescido mais rapidamente é o dos produtos para o mercado de massa. “Esse mercado está crescendo muito rápido para companhias e tem beneficiado companhias como Oxy e Mandom, mas é possível dizer que o mercado de produtos de maior prestígio também está indo muito bem”, diz Shigesato Kobayashi, da Shiseido.

"Agora já está se tornando uma coisa normal que os homens japoneses comprem produtos que antes eram considerados femininos. E quando a economia se recuperar, acreditamos que ainda mais homens vão investir em seu visual”, conclui.

Daqui a pouco, as namoradas japonesas vão ter de disputar espaço com os namorados na hora de acomodar seus produtos de beleza.

Fonte: Época

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