SP: temporal mata 6 e inunda rodovias

A chuva que atingiu parte do Estado nesta terça-feira provocou mais de cem pontos de alagamento na cidade de São Paulo, causou seis mortes na região metropolitana, e inundou ruas, avenidas e rodovias. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, em 19 horas choveu 75,8mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado), o que equivale a 37,7% do esperado para todo o mês de dezembro.

Quatro pessoas morreram em um deslizamento de terra na cidade de Santana de Parnaíba –duas crianças estão entre as vítimas. As outras duas mortes aconteceram na cidade de Itaquecetuba e na zona leste de São Paulo. Uma pessoa permanece desaparecida em Cajamar, também na Grande SP.

Rios e córregos transbordaram e, entre a manhã e o início da tarde, trechos das marginais Tietê e Pinheiros ficaram intransitáveis. Até o início da noite, o Corpo de Bombeiros já tinha realizado cerca de 45 resgates de pessoas ilhadas devido aos alagamentos.

Os impactos da chuva foram agravados pelo não funcionamento de uma das bombas da Usina Elevatória de Traição, na marginal Pinheiros. Ela tem a função de ajudar a reverter a trajetória do rio –e, para conter as enchentes, direcionar as águas para a Billings.

O governador José Serra (PSDB) disse que uma das quatro bombas sofreu um defeito hidráulico e que, com isso, 25% da capacidade de bombeamento ficou comprometida.

Ao todo, foram registrados, pelo menos, 109 pontos de alagamento na cidade, sendo 64 deles intransitáveis, segundo balanço divulgado no final da noite pelo CGE –maior índice do ano. O número, entretanto, ainda pode aumentar, já que o balanço final do dia ainda não havia sido concluído até as 23h desta terça.

Em entrevista, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) negou falhas em investimento e afirmou que os problemas foram causados pelo grande volume de chuva. "Foi um volume muito grande de água. O que há de positivo nessa chuva é que, mesmo com essa intensidade de água, o Aricanduva e o Pirajussara não transbordaram. Desta vez, as obras suportaram bem a intensidade da chuva",

Danos e transtornos

Devido à chuva, o Corpo de Bombeiros registrou sete deslizamentos, 12 quedas de árvores –seis em vias públicas e oito em edificações–, e ao menos seis desabamentos de imóveis na cidade de São Paulo. Não há informações sobre pessoas feridas.

Até o início da noite, pelo menos quatro rodovias estaduais ainda tinham trechos interditados devido às chuvas, de acordo com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem): DR-10 (na região de São Paulo); SP-23 (em Franco da Rocha); SP-332 (Km 24 em Caieiras); e a SP-352 (entre Itapira e Amparo). Não havia registros de interdições nas estradas federais, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

A chuva interrompeu a ligação de parte do interior paulista com São Paulo durante a manhã e a tarde de desta terça-feira. Empresas de ônibus de Campinas e região chegaram a suspender a venda de passagens para São Paulo durante o dia, e entregas de carga foram adiadas.

A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) ficou alagada, e ainda avalia os prejuízos causados pela chuva. Em nota, a companhia informou que o setor de melancias foi o mais afetado. Frutas ficaram boiando em meio ao alagamento.

O temporal também prejudicou o trânsito e a circulação de trens na cidade, que foi interrompido. O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, informou que as multas de rodízio aplicadas de manhã foram canceladas, mas manteve o rodízio no período da tarde.

Por mais de dez horas o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) manteve o estado de atenção para alagamentos na cidade. A escala usada pelo órgão passa por observação, atenção, alerta e alerta máximo.

Fonte: Folha Online

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