IML realiza exumações em busca do corpo do servente executado

Cláudia Galvão/Alagoas24Horas/ArquivoCláudia Galvão/Alagoas24Horas/Arquivo

O paradeiro do corpo de Carlos Roberto Rocha Santos, 31, sequestrado e morto em agosto de 2004 por um suposto grupo de extermínio, no Tabuleiro do Martins, ainda é um mistério para os familiares da vítima e a polícia alagoana. Nesta terça-feira, 15, o Instituto Médico Legal e a Polícia Civil estiveram no cemitério Divina Pastora, em Rio Novo, para uma nova rodada de exumações.

Segundo o diretor do IML, Kléber Santana, cerca de 100 corpos enterrados como indigentes foram exumados, mas até o momento os restos mortais do servente Carlos Roberto não foram encontrados. "Não podemos perder as esperanças. Estamos fazendo o possível para encontrá-lo. O que queremos é devolver o corpo de Carlos a sua família", afirmou.

Pela quarta vez, o pai da vítima Sebastião Pereira acompanha o trabalho do IML e relata toda indignação que sente ao não proporcionar um sepultamento digno ao filho.

"Além de perder o filho, convivo com a angústia de não saber por onde anda seu corpo. Está na cara que o corpo saiu do IML, mas não chegou ao cemitério. Sei que o corpo foi ocultado com a ajuda de um funcionário de lá, que conheço muito bem e até me chamava de pai. Infelizmente teve a coragem de fazer essa crueldade", contou.

A saga de Pereira por justiça resultou na prisão de Adézio Rodrigues Nogueira, Leone Lima, Naelson Osmar Vasconcelos e Laércio Pereira, acusados de integrar uma organização criminosa que teria como chefe o vereador por Maceió, cabo Luiz Pedro.

"Meu filho foi vítima do sadismo de Luiz Pedro. Ele morava em um local onde o cabo queria se apossar para possivelmente construir um novo conjunto. Na periferia, os moradores temem o pessoal que trabalha com Luiz Pedro. Estou revoltado com tudo isso. Dos quatro bandidos presos, apenas Laércio Pereira ainda cumpre pena. Se Deus quiser, o desembargador Otávio Praxedes irá aceitar o pedido do MP e vai manter a sentença de pronúncia contra o cabo. Espero que seja condenado para pagar o que está fazendo com minha família", disse.

Caso

Na madrugada do dia 12 de agosto de 2004, o servente Carlos Roberto foi levado da sua casa e executado com 21 tiros nas mediações do Conjunto Habitacional Tabuleiro do Martins.

Os familiares de Carlos Roberto só conseguiram acesso às informações dois anos e oito meses após o crime. Durante o inquérito policial, o agente penitenciário Luis Vagner, testemunha do crime, teria contado que ‘capangas’ de Luiz Pedro seriam os responsáveis pelo sequestro e morte da vítima.

Até hoje, o corpo de Carlos Roberto não apareceu e a família luta para encontra seus restos mortais. "Desde sua morte, estou incansavelmente tentando enterrá-lo e infelizmente as buscas por respostas, me deixou na boca do lobo. Temo ser assassinado por denunciar o grupo de extermínio", concluiu.

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