Lar de idosos pede ajuda à população para manter atendimento

Priscylla Régia/Alagoas24horasCícero Carlos Morais

Cícero Carlos Morais

Com amor, respeito e dedicação, os voluntários do Lar Santo Antônio de Pádua fazem o que podem para diminuir a dor dos idosos e moradores de rua que são abandonados pela família.

No abrigo, os quase 50 assistidos vivem em harmonia em um ambiente arejado e repleto de plantas e árvores. No entanto, o Lar, mantido exclusivamente por doações, necessita de ajuda da população para manter sua estrutura. As prioridades são fraldas geriátricas, alimentos, produtos de higiene e limpeza além de materiais para primeiros-socorros.

Segundo o Frei José do Sagrado Coração de Jesus, diretor da instituição, a casa onde funciona o abrigo foi construída com doações dos alagoanos, assim como sua manutenção também é feita com caridade.

"Estamos ampliando o refeitório com ajuda de oito pessoas da DRT que deixaram de fazer a confraternização de fim de ano para nos ajudar. Quem pratica o amor está com Deus independente de religião. As portas do Lar estão sempre abertas para quem quiser contribuir tanto com materiais quanto com uma palavra de conforto e amizade para nossos assistidos", disse.

Atualmente, um dos maiores problemas do asilo é a falta de registro dos assistidos, que dificulta o atendimento médico. "Apenas três idosos possuem documento de identificação e agora os médicos estão exigindo o cartão do SUS para o atendimento. Para isso, teremos que providenciar antes o registro de nascimento. Tem um idoso, que chamamos de Antônio, que teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisa de cuidados, mas até agora nada foi feito. Estamos em contato com o Ministério Público e esperamos resolver rapidamente o problema", afirmou o Frei.

Cícero Carlos de Morais, de 53 anos, ex-morador de rua, também teve o sonho de voltar a enxergar adiado devido à falta de documentos. "Estou cego por conta da catarata, precisando de uma cirurgia, mas como perdi os documentos ainda não puder fazê-la. Cheguei a ser atropelado por perder a visão. Morava em Rio Largo e depois que meus pais morreram fui viver na rua. Tenho irmãos em São Paulo, mas nunca mais sobe notícias deles. Gostaria muito de encontrá-los ou pelo menos receber uma visita", contou.

História de Vida

Abandonado no leito da Unidade de Emergência de Maceió, atual Hospital Geral do Estado (HGE), Isaías Francisco de Melo, de 52 anos dependia de estranhos para comer e fazer sua higiene pessoal. Tudo por conta de uma parada cardíaca após ingerir veneno achando que era ‘cachaça’. Sem lugar para morar, Melo chegou à casa de Frei José por intermédio da assistência social do hospital e lá habita há mais de 10 anos.

“Fiquei por seis anos em cima de uma cama, sem conseguir andar. Foi aí que o Frei conseguiu um tratamento na Faculdade de Alagoas (FAL) e com oito meses consegui os movimentos dos membros inferiores. No início relutei, mas ele me convenceu e hoje posso fazer tudo só. Tenho que agradecer a Deus e a ele por toda ajuda. Hoje, peço a Deus que as pessoas sempre façam o bem e ajudem ao próximo”, revelou emocionado.

O Lar Santo Antônio de Pádua é localizado na Rua Padre Cícero, número 13A, Vilage Campestre II. Os interessados podem entrar em contato ainda através do telefone 3378.7415.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos