Diretor do IML nega caos e aponta avanços

Sionelly Leite/Alagoas24horasJosé Kleber Carvalho, Diretor do IML

José Kleber Carvalho, Diretor do IML

O diretor-geral do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, José Kleber Santana, concedeu entrevista à reportagem do Alagoas24horas para falar sobre as condições de trabalho dos funcionários do instituto, cujas viaturas foram flagradas funcionado em precárias condições de conservação – um dos ‘rabecões’ estava com as portas ‘amarradas’ por uma corda de nylon.

Segundo Santana, atualmente existem três viaturas em funcionamento, uma com aproximadamente 17 anos de uso, que foi consertada e voltou a ser utilizada desde o ano passado, e mais duas – caminhões F350 – sendo que apenas uma delas possui baú, onde os corpos são transportados.

Na manhã desta quarta-feira, apenas uma viatura se encontrava no pátio do instituto, as demais, segundo Santana, foram encaminhadas para oficinas. A primeira delas passaria por uma revisão e teria as portas consertadas e a outra teria um baú instalado. Santana disse, ainda, que uma quarta viatura deverá ser entregue ao IML até março deste ano. O processo de aquisição se encontra na fase de licitação, cuja publicação deverá sair até a próxima semana.

Além da nova viatura, outra grande aquisição prevista para chegar ao IML é a câmara frigorífica com capacidade inicial para nove corpos. A compra do equipamento também está na fase de licitação e deverá ser a maior aquisição do instituto nos seus 62 anos de existência.

Perguntado sobre a demora no recolhimento dos corpos, queixa freqüente principalmente nas cidades do interior, o diretor do IML explicou que existe seqüência que deve ser respeitada neste caso, a presença da força policial, dos peritos do Instituto de Criminalística e, finalmente, dos funcionários do Instituto Médico Legal, e que em alguns casos, o volume de trabalho dos funcionários do IML impedem que ele chegue antes ao local de um homicídio ou acidente para recolher corpos.

“Diferente do IC, além de todas as ocorrências registradas no Estado, o IML ainda possui três horários fixos para recolhimento de corpos da Unidade de Emergência Armando Lages. O IML de Maceió atende 58 municípios, enquanto Arapiraca atende a 44. Para agilizar este serviço um aspecto fundamental seria a descentralização, cujo projeto existe há mais de sete anos”.

O projeto de descentralização visa à criação de pelo menos mais quatros institutos no interior do Estado, entre eles, Matriz de Camaragibe, Santana do Ipanema, União dos Palmares e Viçosa, contudo, a instalação deles estaria dependendo do repasse de verbas vinculadas à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), além de contrapartida do Governo do Estado.

Apesar das perspectivas e da evolução apontada pelo diretor do instituto, a maioria dos funcionários lotados no órgão não compartilham do otimismo de Santana. De acordo com depoimentos de alguns servidores, que terão as identidades preservadas, as condições para o exercício do trabalho são as mais precárias possíveis, faltando material de trabalho, com os veículos em situação precária, além dos riscos inerentes à função e baixos salários. “A gente vê a hora de uma das portas do rabecão cair nos nosso pés”, disse um dos funcionários.

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