Vidas de alunos são ameaçadas por falta de higiene e estrutura em escola

Priscylla Régia / Alagoas 24 HorasPriscylla Régia / Alagoas 24 Horas

O que você faria se seu filho estivesse correndo o risco de contrair dengue, de ser picado por escorpiões, contaminado por leptospirose ou ainda corresse o risco de desabar junto com a construção da escola em que estuda? Sem a resposta dos pais dos alunos, o corpo docente da Escola Municipal Paulo Bandeira, no Benedito Bentes resolveu denunciar as instalações e a falta de compromisso das autoridades antes que ocorresse uma tragédia.

Nesta tarde, os professores abriram as portas da escola à imprensa para mostrar a situação ao qual estão submetidos os cerca de 1300 alunos que lá estudam. Por toda parte, paredes rachadas, vazamentos, instalações elétricas inacabadas, salas apertadas, falta de ventiladores, insetos, roedores disputando espaço com as crianças nos corredores, além de uma piscina que é um verdadeiro criadouro do mosquito da dengue. Problemas que não dão para contar nos dedos.

De acordo com os professores, desde 2005 a escola vem sofrendo com os problemas. “A nossa escola já entrou e saiu diversas vezes da lista da reforma da Semed, que só promete. Inclusive, um engenheiro fez uma vistoria aqui e no laudo emitido por ele, pedia a condenação de toda a estrutura do local. O primeiro andar, que poderia estar sendo usado para abrigar algumas turmas, pode desabar a qualquer momento”, disse o professor Islan Lisboa.

“As salas são depósitos de alunos, não são ambiente para ninguém aprender. A cozinha foi interditada pela Defesa Civil há algum tempo quando houve uma vistoria, justamente porque está com vazamentos, paredes mofadas, portas quebradas – e aí qualquer roedor pode entrar e passear aqui dentro – além de esgotos entupidos e falta d’água”, enumerou a diretora da escola, Avani Rodrigues, que tomará posse na próxima semana.

Segundo os professores, o ano letivo de 2007 começou com atraso – em abril – porque a escola esperava a reforma, anunciada desde dezembro, que não aconteceu. “Como resposta, apenas o silêncio da Semed”, ressaltou a professora da 3ª série, Verônica Pinto, que mesmo temendo represálias, denuncia o risco de vida ao qual as crianças estão expostas.

“Manter esta escola funcionando, nas condições em que se encontra é um ato até irresponsável. Quando os pais deixam seus filhos aqui, esperam que eles voltem para casa são e salvos e isso nós não podemos garantir. Trabalhamos por amor e compromisso à Educação, mas chega uma hora que precisamos dizer basta!”, ressaltou Verônica Pinto.

Junto com a imprensa, o conselheiro tutelar do Benedito Bentes, Silvanio Barbosa, visitou as instalações da escola, anotou as deficiências e cobrou do secretário municipal, Tadeu Lira, resoluções dos problemas. “Em contato com o secretário, transmiti as preocupações do professores e ele me garantiu que a reforma está dentro do planejamento da Semed. Depois da conversa, marquei um encontro com o secretário aqui na escola, onde ele vai poder conferir as deficiências e ouvir os professores”, garantiu Silvanio.

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