Motorista tem residência assaltada quatro vezes em um mês

Cláudia Galvão / Alagoas 24 HorasVilma teve o quintal destruído pelos bandidos

Vilma teve o quintal destruído pelos bandidos

Os primeiros meses do ano de 2008 ficaram marcados na vida de Vilma Maria de Lima, de 50 anos, após vivenciar momentos de terror ao ser vítima de roubos e invasões em sua residência, de número 990, localizada na Avenida Pratagy, no Benedito Bentes.

A via-crúcis de Vilma teve início em pleno Carnaval, quando cinco homens armados invadiram sua casa e, bastante agressivos, levaram dinheiro, cigarros, aparelhos de som e DVD, na manhã da segunda-feira de Carnaval, dia 4 de fevereiro.

Morando no local desde o início do conjunto Benedito Bentes, Vilma conta que sempre ajudou a todos que precisavam dela, inclusive alguns dos homens que assaltaram sua casa.

“Após o assalto, contei o caso a um vizinho, assim como as características físicas dos assaltantes. O homem que me ameaçou, ele o identificou como ‘Mãozinha’, um criminoso bem conhecido pela polícia, apontado como responsável por vários furtos na região. Momentos depois, vi meu vizinho com os bandidos na Grota da Paz, local onde o produto do roubo estaria escondido”, conta.

No mesmo dia e com a mesma ousadia do assalto anterior, a quadrilha invadiu por volta das 23h30 a residência de Vilma e anunciou o assalto. Com um revólver na cabeça por mais de cinco horas, a vítima viveu momentos de pânico.

“Estava dormindo e quando percebi, eles já estavam em meu quarto. Então um deles falou – “Não levanta”. E com a arma na minha cabeça continuou “quer dizer que você anda dizendo que ladrão tem que morrer”. Nervoso, ele teria ordenado que os comparsas levassem tudo”, conta.

Não satisfeitos, a quadrilha comemorou o roubo com uma ‘festinha’ na casa da vítima. “Eles tomaram uma grade de cerveja e algumas garrafas de aguardente. E só saíram de minha casa quando amanheceu o dia”, diz a motorista aposentada, que está recebendo acompanhamento psicológico para tentar superar o trauma.

Vilma calcula seu prejuízo em aproximadamente R$ 9 mil, já que, por azar, recebeu naquele dia R$ 7 mil de um terreno que tinha vendido.

Polícia

A indignação e revolta tomam conta de Vilma, não só pelo fato de ser assalta, mas em saber que em todas as oxasiões acinou as polícias Civis e Militar relatando quem são os integrantes da quadrilha e onde os objetos estão escondidos e nada foi feito.

Na esperança de recuperar seus pertences, adquiridos com suor de seu trabalho como motorista de ônibus, Vilma tentou ajuda com uma guarnição da Radiopatrulha que passava pelo local.

“Após minha má sorte na delegacia e no Batalhão, parei uma guarnição da Radiopatrulha que passava pelo local. Um dos policiais me fez algumas perguntas e disse que sabia quem eram e iria apurar. Na semana seguinte, o policial esteve no bar em que meu vizinho – que estava com os assaltantes – mora e contou tudo que eu falei para a mãe dele.Sobre o caso, acionei os Direitos Humanos, eles me deram oito dias e já se passaram 30 dias”, revela.

Outros assaltos

Por medo de sofrer represálias, a vítima saiu de sua residência – que é própria – para viver escondida em outro bairro em uma casa de aluguel.

“Aluguei minha casa por um custo baixo e pago aluguel com sacrifício. Após minha saída, os roubos não pararam, a mesma quadrilha assaltou por mais duas vezes a casa. Entrando pelo portão lateral e levando materiais de construção que tinham no quintal e destruindo tudo”, afirma.

Após os traumas, Vilma procurou apoio psicológico para poder conviver com o fantasma da impunidade. “O que mais me pesa é o fato de não ter mais a quem recorrer. Tenho consciência que as coisas materiais não voltam, mas o que está me matando é ver que eles continuam soltos”, desabafa.

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