Acontece na manhã desta segunda-feira, 28, na sede da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, no bairro do Jaraguá, o depoimento do ex-deputado estadual Alves Correia no inquérito que investiga o desvio de mais de R$ 208 milhões da Assembléia Legislativa.
Correia, ao chegar na PF, confirmou ter contraído três empréstimos no período em que esteve no cargo, mas não chegou a revelar valores de cada um deles. Ele afirmou ainda que pagou os empréstimos com verba de gabinete, mas diz que é inocente ao alegar que “não fui instruído pela assessoria para o fato de não poder utilizar a verba de gabinete para este fim”, diz.
O ex-deputado não entrou em detalhes e afirmou que revela os dados sobre os empréstimos após o depoimento do delegado Janderlyer Gomes. Alves Correia deve entrar para a lista dos indiciados.
A PF investiga uma quadrilha – que teria como principais mentores o presidente afastado do Legislativo, Antônio Albuquerque (sem partido) e o ex-deputado estadual Celso Luiz (PMN) – que teria desviado mais de R$ 280 milhões do erário, por meio de fraudes na Receita Federal.
Durante as investigações, a PF descobriu ainda uma série de empréstimos fraudulentos. Já são mais de 100 pessoas indiciadas. Entre elas, 14 deputados estaduais, ou seja, mais da metade do parlamento alagoano, que é composto por 27 membros.
Destes 27, nove se encontram afastados das funções por decisão do desembargador Antônio Sapucaia. O desembargador avaliou que estes parlamentares – que inclui Albuquerque – poderiam ter ingerência no processo de colheita de provas. O inquérito indiciou também o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP).