Ministro José Gomes Temporão
Os casos de dengue na região Nordeste aumentaram 30,54% em 2008, passando de 41.506 casos notificados em 2007 para 54.180 casos até abril de 2008. A informação foi repassada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, na manhã desta quarta-feira, durante o VII Fórum dos Governadores do Nordeste, no Hotel Ritz Lagoa da Anta. Na ocasião, o ministro distribuiu documentos aos nove governadores com a situação de cada estado e as propostas para o combate à doença.
Temporão reforçou a necessidade de cada estado realizar um trabalho integrado entre governos e sociedade para promoção de um mutirão contra a dengue, com divulgação em massa junto à população. “Temos que utilizar todas as armas disponíveis, formando mutirões para manter as cidades limpas e evitar focos da doença, bem como informar constantemente a população”.
Ele também anunciou que até 2010 o Ministério da Saúde deve investir R$ 731 milhões em ações de prevenção e controle da doença, como capacitação, compra de equipamentos e inseticidas. O maior beneficiado será o estado da Bahia, com R$ 195,8 milhões, enquanto Alagoas receberá R$ 42 milhões.
Disseminação
De acordo dados do ministério, os números de municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti aumentou de 1.753 em 1996 para 3.970 em 2006. Dentre os fatores que ocasionaram a expansão da infestação estão a concentração de 81% da população brasileira em áreas urbanas, crescimento da produção de lixo e rápida dispersão do inseto transmissor.
O ministro anunciou que, para evitar a expansão da doença em 2009, o Ministério da Saúde já possui um plano de ação, o que inclui o projeto de criação da Força Nacional de Saúde, entidade composta por profissionais capacitados para combater a doença em situações emergenciais.
Temporão declarou que o governo federal também vai reforçar as ações de comunicação, promovendo parceria com a Rede Globo, TV Câmara e Jornal do Brasil, bem como órgãos como a Petrobras, Caixa Econômica e Banco do Brasil. Por outro lado, criticou o valor pago às emissoras de TV para divulgação de publicidade sobre a dengue. “É absurdo que o governo federal tenha que pagar milhões às emissoras de TV para repassar informações de interesse público”, disse.
Governadores
O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, elogiou a atuação do Ministério da Saúde e enfatizou a importância de se promover uma campanha exaustiva de conscientização da população em todos os municípios para “respaldar as ações do governo federal”. “Por outro lado, estados como Alagoas precisam de apoio financeiro para adquirir as ferramentas dessa campanha”, destacou.
Já o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima mostrou preocupação em relação aos métodos de ataque ao mosquito. “Nos preocupamos com as larvas depositadas em águas paradas, mas esquecemos do fato de que os mosquitos depositam às margens dos rios capazes de sobreviver por mais de um ano e que eclodem com uma simples chuva”, alertou Lima.
Alagoas
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, até o dia 12 de abril, Alagoas havia registrado 3276 casos de dengue, com dois óbitos confirmados, um em Maceió e outro no município de Atalaia.
Embora a situação alagoana ainda não seja alarmante, o governador Teotonio Vilela Filho demonstra preocupação em relação aos dois estados vizinhos, que já se encontram em epidemia: Sergipe já notificou 8.446 casos de dengue clássico e confirmou oito mortes em 2008; já Pernambuco apresentou, até o dia 29, 11.209 casos suspeitos de dengue clássica e sete mortes.
Dados do Ministério da Saúde confirmam o registro de 120.413 casos de dengue clássica em todo o país até o mês de março, sendo 647 de dengue hemorrágica. O número de óbitos nesse mesmo período chegou a 48. Em comparação com 2006, houve aumento de 136.488 casos em todo o Brasil.
