Defesa Civil alerta moradores que vivem em áreas com risco de desabar
A Defesa Civil do Estado está intensificando as ações no sentido de prevenir inundações e deslizamentos em Maceió e no interior de Alagoas. O comandante do Corpo de Bombeiro e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Jadir Ferreira, afirmou que somente na capital alagoana, de acordo com último levantamento da Prefeitura de Maceió, há 90 pontos de risco, vulneráveis às fortes chuvas que devem cair no período do inverno. A previsão é do radar de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas. Segundo ele, o governo está focando atenção maior no interior do Estado, a exemplo dos vales do rio Mundaú, do Camaragibe e do Paraíba que, historicamente, sofrem mais pelo excesso de chuvas.
Coronel Jadir afirmou que as cidades que mais preocupam o poder público estadual são Matriz e Passo do Camaragibe, no Vale do Rio Camaragibe; União dos Palmares e Murici, no Vale do Mundaú, e Quebrangulo, Cajueiro, Capela e Atalaia, no Vale do Paraíba. “Os rios Mundaú e Paraíba deságuam no complexo lagunar Mundaú Manguaba, provocando inundações e atingindo as cidades ribeirinhas”, alertou. Com relação ao litoral Norte (Matriz de Camaragibe e Passo do Camaragibe), as cidades ribeirinhas recebem o volume de água que vem de Pernambuco.
Para minimizar a situação e prevenir acidentes provocados por desabamentos ou deslizamentos de barreiras, coronel Jadir ressalta a importância do engajamento dos gestores municipais. “Tem que haver um trabalho preventivo por parte do município, cuja conotação é educar a população a não cortar barreiras, não desmatar, não jogar esgoto nas encostas e não fazer construções irregulares, em áreas de risco”, destacou.
Segundo o comandante, desde o ano passado, Alagoas não registra acidentes com vítimas fatais, provenientes de deslizamentos ou soterramentos. “Apesar da quantidade de chuva que está caindo sobre o Estado, superior ao ano passado, não tivemos tragédias em 2007 e esperamos não ter este ano. Nosso trabalho é evitar acidentes”, salientou.
A Defesa Civil está fazendo reuniões periódicas com os prefeitos no sentido de sensibilizá-los para essa questão. “Estamos cobrando do poder público municipal a participação efetiva na fiscalização, para que novas edificações não sejam construídas em áreas de risco”, reforçou coronel Jadir, citando como exemplo negativo o número de barracos espalhados pela orla lagunar.
“A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) está mobilizando e mobilizando os 102 municípios, sujeitos à seca ou a inundações, com orientações específicas sobre como lidar com cada situação”, afirmou ele, lembrando que os gestores do Sertão devem trabalhar no sentido de manterem as cisternas limpas e adequadas para receberem a água das chuvas.
Entre os pontos sujeitos a inundações e deslizamentos de encostas em Maceió estão os localizados em grotas e favelas, a exemplo de Flexal de Cima e de Baixo, Mutange, entre outros.
Trovoadas e raios – O professor Luiz Carlos Molion, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal, alertou que Alagoas, sobretudo o Litoral, receberá, nos meses de maio, junho e julho, volume de água compatível ao igual período do ano passado, mas salientou que as chuvas deste ano têm o diferencial de virem seguidas de trovoadas e tempestades elétricas, os conhecidos raios.
Outro elemento de destaque no período chuvoso de 2008, e que deve se intensificar a partir do próximo mês, é o fato de as chuvas caírem com pancadas mais fortes, mas em menor quantidade de dias que em 2007. “As nuvens este ano se desenvolvem mais pelas condições da atmosfera. Trovoadas e raios não são comuns no inverno. Vale lembrar que este ano já morreram cinco pessoas vítimas dos raios”, advertiu Molion, lembrando que o Litoral e, principalmente a Zona da Mata de Alagoas, sofrerão mais este ano. De acordo com ele, a partir de agosto o clima começa a ficar seco.
