Dia de Combate ao Trabalho Infantil é comemorado na orla

Priscylla RégiaMais de duzentas crianças participaram da caminhada

Mais de duzentas crianças participaram da caminhada

Mais conhecido no País como o “Dia dos namorados”, 12 de junho é também o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, data que não passou em branco na capital alagoana. Ao contrário, foi marcada por muita cor: nas apresentações de capoeira, no coral de reggae e nas apresentações circenses feitas por crianças, tudo sob o céu azul da orla de Maceió.

Organizada pelo Fórum pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (Fetipat), uma caminhada alusiva à data reuniu cerca de 280 crianças das favelas Mundaú, Sururu de Capote, Muvuca e Torre na orla. Durante toda a semana o Fetipat promoveu outras ações como parte das comemorações.

Um dos objetivos da caminhada, que contou com o apoio das instituições que integram o Fórum (PRT, TRT, MPE, Ufal, Governo do Estado, Prefeitura de Maceió, organizações não-governamentais e empresas privadas) foi mostrar à sociedade que, muitas vezes, é ela mesma que alimenta a indústria do trabalho infantil, quando compra alimentos vendidos nos sinais de trânsito pelos menores, por exemplo.

“Acusam as mães de deixarem os filhos nas ruas, no entanto esquecem que o Governo é ausente. Os programas federais não chegam a essas crianças, porque não temos documentos, não temos endereço… somos considerados ciganos”, desabafa Vânia Teixeira, líder comunitária da Sururu de Capote.

Juntamente com líderes comunitários de outras comunidades, Vânia disse que um documento foi elaborado denunciando a situação das crianças das favelas da orla lagunar aos juízes da Infância e da Juventude.

Alguns números apresentados dão uma mostra da situação em que vivem essas crianças. Só nestas quatro comunidades, são 535 menores – de zero a seis anos – sem creche; 478 fora do Programa do Leite; 151 sem escola e 421 fora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). “Faltam políticas públicas. A Constituição Federal é linda, mas só no papel”, acrescenta Vânia Teixeira.

Um dos representantes do Fórum – composto por voluntários -, o juiz do Trabalho Alonso Filho, diz que eventos como o que ocorreu hoje servem para chamar a atenção e providenciar encaminhamentos para tornar o menor um cidadão.

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