Beirute – A professora brasileira Samira Mahmoud Mazloum, 39 anos, morreu na noite de terça-feira durante confronto entre governistas e militantes do Hezbollah no Vale do Bekaa, no leste do Líbano. Segundo o marido da brasileira, Ahmad Mazloum, Samira estava na sacada de seu apartamento quando foi atingida por uma bala perdida no rosto e teve morte instantânea. A família ainda não sabe quem efetuou o disparo.
“Foi uma tragédia o que aconteceu. Samira não tinha nada a ver com aquelas brigas políticas”, lamentou o primo da vítima, o também brasileiro Abdo Nadi.
Momentos antes do ataque, a família de Samira ouviu um tiro e uma batida de carro. O cunhado de Samira, Abdo Ahmad, então, desceu para ajudar o motorista. Da varanda, Samira e os dois filhos acompanhavam a movimentação. Pouco depois, Ahmad ouviu uma rajada de tiros e, logo em seguida, gritos. Quando chegou à varanda, ela já estava morta.
Natural de Guarulhos (SP), Samira era professora de Biologia, falava quatro idiomas e já vivia no Líbano há mais de 10 anos, com o marido e os dois filhos. No Líbano, ela vivia na cidade de Barelias, a 50 quilômetros da fronteira com a Síria. De maioria sunita, Barelias é dividida entre partidários pró-governo e oposição, inclusive militantes do Hezbollah e do Amal. Além da brasileira, duas pessoas foram mortas e quatro ficaram feridas nos últimos confrontos na região, conhecida por abrigar brasileiros nas cidades de Zahle e Sultan Yaacoub. A embaixada brasileira em Beirute está investigando o caso.
