George Clemente diz que foi orientado pela Mesa Diretora a repassar verba de gabinete

Vanessa AlencarDeputado George Clemente no momento que chegava na PF para depor

Deputado George Clemente no momento que chegava na PF para depor

O deputado estadual George Clemente (PSB) chegou à sede da Polícia Federal, na tarde desta segunda-feira, 18, acompanhado do advogado Marcelo Brabo disposto a colaborar com a PF. O deputado foi ouvido pelos delegados Daniel Coraça e Luis Marques em dois inquéritos que apuram, respectivamente, envolvimento no desvio de recursos da Assembléia Legislativa (Operação Taturana) e compra de votos no município de São Miguel dos Campos, onde o parlamentar concorre à prefeitura.

Segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal, após prestar depoimento o deputado foi indiciado no inquérito da Operação Taturana, nos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Antes de prestar depoimento, em entrevista à imprensa, Clemente demonstrou tranqüilidade e afirmou que todas as denúncias serão esclarecidas. O parlamentar é acusado de repassar a verba de gabinete da ALE para Dudu Albuquerque (sem partido), de quem foi suplente no período de 2003 a 2004. Segundo informações da Polícia Federal, os cerca de R$ 237 mil repassados por Clemente foram utilizados por Dudu Albuquerque para o pagamento de empréstimos pessoais.

“A primeira orientação que recebi da Mesa, ao chegar a ALE, foi que deveria repassar toda a verba de gabinete para o deputado Dudu Albuquerque. Todos os suplentes que assumiam ficavam somente com os salários, isso é de praxe na Assembléia”, disse Clemente.

O deputado confirmou que, durante o ano em que assumiu a vaga de Albuquerque, o repasse da verba era feito integralmente, direto de sua conta para a dele. “Nesse período eu não possuía gabinete, nem nomeei ninguém como assessor. Fico tranquilo em meu depoimento porque não usei verba de gabinete em benefício próprio, apenas fiz as transferências e não sei o que o deputado fez com o dinheiro”, garantiu.

Crime eleitoral

Com relação ao segundo depoimento da tarde desta segunda-feira ao delegado Luis Marques, Clemente também foi contundente ao afirmar que a denúncia de compra de votos não procede. O deputado é acusado de compra de votos em uma carreata ocorrida no dia 2 de agosto em São Miguel dos Campos. Na ocasião, um sobrinho dele e um funcionário foram detidos e prestaram esclarecimentos na PF.

“Contratamos mototaxistas dentro da legalidade. No momento em que estávamos distribuindo as bandeiras da campanha, a justiça viu a fila dos contratados, disse que era compra de votos e chamou a polícia. Foi um grande equívoco e uma arbitrariedade. Não houve compra de votos”, frisou.

(Atualizada às 18h)

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