Professor pardal

Rio – Um professor usou um método de tortura para ensinar estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental em experiência de laboratório de Ciências no tradicional Colégio Princesa Isabel Redentora, em Botafogo. Para demonstrar como é respirar gás carbônico, terça-feira passada, R.H.S. submeteu seus alunos à asfixia em sacos plásticos. Um dos jovens, de 13 anos, passou mal e contou sobre a atividade escolar para sua família.

Segundo relato do pai, o professor teria separado a turma em grupos. Em cada um, um estudante deveria cobrir a cabeça com um saco, enquanto outro colega cronometraria o tempo de resistência do colega sem respirar ar puro. O caso foi revelada pelo jornalista Ricardo Boechat em seu programa na Band News FM.

“Após alguns minutos cronometrados, um dos alunos começou a passar mal durante a ‘experiência’. Acabou sendo salvo pela campainha indicando o fim da aula”, revoltou-se o pai, D.R. A criança sentiu tontura e ficou com a visão turva, chamando a atenção de um colega, que pediu ajuda. Nesse momento, a escola entrou em contato com a família do aluno, comunicando apenas que ele estava com “dor de cabeça”. O avô buscou o jovem no colégio e uma médica da família o examinou. Ele se recuperou e não precisou ser hospitalizado.

Em resposta ao pai, que se queixou à escola, o diretor, Guilherme Silveira, afirmou que faria uma advertência ao professor para que fato semelhante não voltasse a ocorrer.

“Lamento muitíssimo o ocorrido e a irresponsabilidade do citado professor”, escreveu em mensagem eletrônica. Procurado, Guilherme não quis comentar o caso. Em outro e-mail, a vice-diretora pedagógica do colégio, Maria Alice, também lamentou o episódio e convidou o pai do aluno a agendar um horário para “maiores esclarecimentos da atividade proposta”.

“Infelizmente ainda tem professor assim. Mandei e-mail para ele, e ele se desculpou”, contou o pai, que planeja tirar o filho da unidade no próximo ano letivo. A mãe do aluno teria tentado registrar queixa contra o professor na 10ª DP (Botafogo), mas o inspetor que a recebeu teria sido debochado e minimizou o fato, o que a fez desistir do registro. O delegado titular da 10ª DP, Eduardo Baptista, foi procurado durante a tarde de ontem, mas não foi localizado. A delegada Sânia Burlandi disse desconhecer o episódio e, por isso, não poderia opinar sobre o tema.

Avó de um aluno da escola, V.A., 64, ficou surpresa com a atividade praticada no laboratório: “Não tenho nem palavras para comentar. É um absurdo”.

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