A deputada estadual Cláudia Brandão (PMN) depõe hoje, na sede da superintendência da Polícia Federal, em Jaraguá. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, o depoimento está marcado para as 10 horas da manhã.
Cláudia Brandão – que é esposa do ex-deputado e ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas, Celso Luiz – pode ser indiciada no inquérito da Operação Taturana, conforme informações do próprio delegado do caso, Janderlyer Gomes.
A Operação Taturana – desencadeada em dezembro do ano passado – desbaratou uma quadrilha que envolve mais de 100 pessoas. Eles teriam – conforme investigações da Polícia Federal – desviado mais de R$ 300 milhões do Poder Legislativo. Ao todo, 14 deputados estaduais foram indiciados. Onze destes foram afastados do parlamento por decisão da Justiça, com base em ação cautelar movida pelo Ministério Público Estadual.
Um dos indiciados foi cassado por compra de votos. Caso seja indiciada, Cláudia Brandão passa a ser o 15° membro do Legislativo alagoano envolvido no suposto esquema de corrupção. Brandão foi eleita recentemente – pela própria ALE – para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado, mas o processo ainda está sendo questionado na Justiça.
A deputada deveria depor na semana passada, mas foi adiado para a manhã de hoje. Esta é a segunda vez que Cláudia Brandão é ouvida pela PF. A deputada depôs no dia 30 de julho, mas não foi indiciada. No entanto, agora o laudo da movimentação financeira de Celso Luiz detalha que a parlamentar teria quitado cinco das sete parcelas de um empréstimo pessoal contraído por Celso Luiz, no ano de 2006, no valor de R$ 182 mil.
O valor pode ter sido pago com recursos públicos. Segundo as investigações, Celso Luiz teria feito um acordo com o banco para que o empréstimo fosse pago pela deputada, depois que ele deixou o parlamento. “Pelo menos R$ 140 mil foram quitados com a verba de gabinete da deputada em 2007”, explicou Janderlyer Gomes.
A Polícia Federal aguarda ainda para esta semana a chegada dos laudos da movimentação financeira de outros dois deputados estaduais indiciados pela Operação Taturana: Cícero Ferro (PMN) e Cícero Amélio (PMN). No caso de Amélio, ele renunciou ao cargo de parlamentar e assumiu a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, para qual foi eleito em 2006.
Se indiciada, Cláudia Brandão vai responder por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.
