Chegou a primavera no Museu Théo Brandão. Neste mês de setembro, mais precisamente no dia 10, as flores da estação começam a brotar mais cedo nas salas de exposição. Na mostra “Arte em flores da primavera”, o visitante poderá ver telas de pintura branca, de vidro ou de juta, das quais, literalmente, saem flores, cores, texturas. Assim é o trabalho da artista plástica, com formação em Educação Artística e Turismo, Ariana Almeida.
A artista passou por várias fases. Começou com o desenho, passando pela pintura a óleo, texturas, aplicações em tela, para chegar a um estilo peculiar. São rosas e flores tropicais da Mata Atlântica, como helicônia, gérbera e orquídea, que parecem interagir com o meio ambiente. Não é à toa que em um de seus quadros, que estava na varanda da casa, um passarinho fez um ninho, em cima da flor, e pôs alguns ovos. E esta não foi a única vez que um pássaro se confundiu.
“Em uma das minhas exposições, quando entrava com um dos quadros na mão, um beija-flor me acompanhou”, lembra Ariana. Ao se observar os quadros da artista, é fácil entender a atração dos pássaros pelas telas. É que as flores saem ao encontro do observador, sendo impossível ficar indiferente ao chamado.
Ariana, que faz e vende as telas em seu ateliê, costuma fotografar as flores, para então, reproduzi-las em tela, num tempo que varia entre três e sete dias, dependendo da temperatura.
Tudo começou há sete anos, através de um sonho, no qual Ariana via um jardim com flores grandes, e alguém lhe ensinava detalhadamente a aplicar a técnica das flores em tela. “Quando acordei, só lembrava a metade do sonho. Então, passei um ano testando a aplicação de flores brancas, e mais um ano testando com flores coloridas”, conta a artista, que não mostra todo o segredo da técnica. Ela apenas revela que as flores são feitas de gesso e tecido ou paneiro de coqueiro.
Ariana conta que, dada a peculiaridade da matéria prima, é preciso acertar a técnica de primeira. “Depois de aplicar as cores, caso não fique como o esperado, não tem mais como consertar, até porque, não uso moldes, um quadro nunca sai igual ao outro”, explica.
A dedicação ao aperfeiçoamento da técnica rendeu bons frutos. Em 2004, as flores de Ariana ficaram expostas no Shopping Iguatemi. Depois vieram exposições no Museu de Arte Contemporânea em Feira de Santana, na ARTNOR (feira de artes) e no Shopping Farol. Suas telas já foram parar na Itália, Portugal e Espanha. Na última feira de exposições, quase toda obra exposta foi vendida para uma loja de decoração de Cuiabá.
Quem quiser conhecer o trabalho de Ariana Almeida tem até o próximo dia trinta de setembro para visitar o Museu Théo Brandão/UFAL.
