Em virtude da decretação da prisão do juiz da comarca de Porto de Pedras, Rivoldo Sarmento, acusado de participar do esquema de fraude eleitoral, que teria beneficiado o prefeito Rogério Farias, o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, vai cobrar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o julgamento de pedido de aposentadoria compulsória para o magistrado, encaminhado em 2005.
Na época, o procurador-geral de Justiça acompanhou o posicionamento desembargador Antônio Sapucaia, relator de um processo administrativo no qual o juiz era causado de ter agido com parcialidade, dolo e má-fé ao conceder, ao conceder uma liminar (em dezembro de 2002) determinando o resgate de títulos da dívida pública da Eletrobrás, no valor de R$ 63 milhões.
“O desembargador relator votou pela pena administrativa máxima, mas o Tribunal de Justiça, por maioria de votos, aplicou apenas a censura. O caso foi encaminhado ao CNJ, para que a decisão fosse revista, mas, até o momento, ainda não há uma decisão”, lamentou Coaracy.
Segundo ele, é a própria Lei Orgânica da Magistratura (Loman) que legitima o Judiciário a investigar os seus integrantes. “Estamos diante de novos fatos graves, embora de natureza eleitoral, envolvendo o magistrado. Vamos encaminhar expediente ao CNJ solicitando informações sobre o resultado do pedido de revisão do processo administrativo, para posterior adoção de medidas”, informou Coaracy Fonseca.