Mãe de Eloá: polícia deveria ter atirado

A mãe de Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, Ana Cristina Pimentel, disse neste sábado, 25, em entrevista à TV Record que a polícia deveria ter atirado no seqüestrador Lindemberg Alves, 22 anos. Ela justificou a posição alegando que Lindemberg teria quebrado promessas de entregar-se diversas vezes durante os dias que manteve Eloá como refém.

Ana Cristina disse à Record que tinha esperança de que sua filha fosse libertada com vida pelo ex-namorado. A mãe de Eloá afirmou que a polícia não deveria ter atirado contra Lindemberg no começo do seqüestro, mas, conforme ele não cumpria as diversas promessas de entregar-se, a polícia poderia ter alvejado o rapaz.

A mulher também contou que Douglas, irmão de Eloá e que era bastante próximo a Lindemberg, participou das negociações e por isso acreditou que a filha seria libertada. Ana Cristina disse que seu filho tem dificuldade para dormir após o desfecho do caso, ocorrido na cidade de Santo André.

Ana Cristina afirmou também que está sem comer, sem dormir e sem assistir ao noticiário sobre o caso. Ela só teria tomado o primeiro banho após o ocorrido por conta de um encontro que teve no sábado com um secretário de Estado, sem informar qual seria, e para a entrevista à Record.

A mãe de Eloá afirmou que sente que "não caiu a ficha" da morte da filha e que, quando isso acontecer, ela vai sofrer mais ainda. Ana Cristina afirmou que não ficou preocupada quando viu Douglas subindo as escadas com Nayara Rodrigues da Silva, 15 anos, em direção ao apartamento, momento em que a adolescente acabou voltando ao cativeiro. Ela disse que ficou confiante de que o filho poderia ajudar a terminar o seqüestro.

Sobre a relação de Eloá e Lindemberg, Ana Cristina disse que o rapaz era ciumento e já havia agredido sua filha. A mãe da adolescente contou durante a entrevista que as discussões entre a filha e o seqüestrador aconteciam no prédio em que moravam.

Ana Cristina afirmou ainda que ficou preocupada no início do namoro de Eloá e Lindemberg. Ela disse que só descobriu o relacionamento depois de um mês, pois ambos estavam escondendo o fato dela. A mãe da adolescente afirmou ainda que suas preocupações eram compartilhadas pelo pai de Eloá.

A mãe da menina explicou que o namoro entre os dois foi conturbado, com várias separações, sendo as primeiras motivadas pela vontade do próprio Lindemberg e a última ocorrida por vontade de Eloá, que passou então a ser ameaçada pelo rapaz.

Segundo ela, Eloá teria pedido para ir à delegacia prestar queixa contra o ex-namorado pelas ameaças, mas foi impedida pelo pai.

Ainda sobre a vida íntima do casal, Ana Cristina contou que Eloá não havia tido relações sexuais com o ex-namorado, fato que teria sido comprovado durante exames depois do fim do seqüestro. A mãe de Eloá disse que não tinha muito diálogo a respeito do tema com a menina, mas que aconselhava Eloá a não ter relação sexual com Lindemberg.

A mãe de Eloá disse que o último contato que teve com a filha foi logo após a polícia ter cortado a energia elétrica no apartamento onde estavam a adolescente, a amiga Nayara, e Lindemberg. Eloá ligou para a mãe pedindo para que a energia fosse restabelecida, mas Ana Cristina diz ter passado o telefone para seu marido, Everaldo Pereira dos Santos.

Sobre sua relação com Lindemberg a partir de agora, a mãe de Eloá reafirmou que não guarda mágoa do rapaz, mas que deseja que seja feita justiça. Questionada se tornaria a ver o sequestrador, Ana Cristina afirmou que não deseja mais se encontrar com ele.

Questionada sobre os problemas que concernem seu marido, Everaldo Pimentel, ex-Policial Militar foragido da Justiça, Ana Cristina afirmou que não sabe onde ele está, não vai comentar o caso e que mais informações podem ser obtidas com o advogado da família.

Invasão do cativeiro

Ana Cristina afirmou que ao ver a invasão do cativeiro pela TV, da casa de uma vizinha, chegou a acreditar que tudo ficaria bem. Segundo ela, a explosão para a invasão chegou a ser encarada como uma comemoração pela libertação das reféns e ela foi abraçada por várias pessoas.

A mãe de Eloá afirmou ainda que foi tranquilizada por um policial, que disse que ela veria sua filha em breve. Ana Cristina explicou que, ao ver o sangue na roupa de um dos médicos que atendeu a ocorrência, passou a suspeitar que a ação tinha dado errado.

Em um primeiro momento, ela disse que foi informada que estava tudo bem. No hospital, após a cirurgia na adolescente, é que Ana Cristina afirmou que foi informada, por um médico, da real situação da filha.

Doação de órgãos

Após o anúncio da morte cerebral de Eloá, Ana Cristina afirmou que ficou transtornada e não quis conversar com a funcionária da central de transplantes. A mãe afirmou ter saído do hospital e ido para o local onde estava hospedada.

Segundo ela, seu pensamento era que a filha tinha sofrido tanto e ainda iam tirar os órgãos dela, o que a fez desconsiderar a doação. No entanto, sua opinião mudou após conversar com o filho, que teria dito que Eloá ia ficar muito feliz em ajudar outras pessoas.

Pela manhã do dia seguinte ao anúncio da morte da adolescente, Ana Cristina disse que tomou a decisão de doar os órgãos da filha. Segundo ela, a doação excluiu ossos e tendões, que não foram retirados da menina pelos médicos.

Mãe de Lindemberg

Na entrevista, Ana Cristina afirmou que a mãe de Lindemberg poderia ter "feito mais" para encerrar o seqüestro. Segundo ela, um apelo por parte dela poderia ter feito o sequestrador libertar Eloá e Nayara em segurança.

Segundo a mãe de Eloá, ela ficou sabendo que Lindemberg teria dito que amava muito a mãe, em conversa por telefone ainda no cativeiro. Por este motivo, Ana Cristina disse acreditar que ele escutaria a mãe caso ela fizesse um apelo.

Fonte: Terra

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