Morre Williams Aureliano, aquele que não teve futuro

Sionelly Leite/Alagoas24horasRosângela Batista chora a perda de um filho

Rosângela Batista chora a perda de um filho

Uma vida curta e cheia de privações. Assim pode ser descrita a existência do bebê de um ano e quatro meses assassinado na manhã desta terça-feira, dia 11, com um tiro na cabeça, enquanto dormia no barraco da avó, localizado na Cidade de Lona, no Eustáquio Gomes.

Williams Batista Aureliano era o segundo filho do casal Rosângela Batista, 22, e William Aureliano da Silva, 25. A família reside em um barraco da favela há aproximadamente nove anos e segundo a dona-de-casa, ambos estão desempregados. Williams não andava, segundo à mãe, devido a uma anemia profunda. Apesar disso, era considerada uma criança normal e feliz.

Na manhã de hoje, cumprindo sua rotina normal, Elisângela deixou o bebê dormindo no barraco da sogra e foi buscar água, acompanhada do filho mais velho, de três anos. Quando estava no meio do caminho, ouviu vários disparos de arma de fogo e tentou se esconder com o filho no barraco mais próximo, saindo de lá apenas após o cessar fogo entre traficantes.

Momentos depois, a notícia trágica, seu bebê havia sido atingido por um tiro na cabeça. Apesar da perda de massa encefálica, o pai ainda levou a criança para minipronto-socorro do Tabuleiro, talvez em busca de um milagre. Constatado o óbito, mais um drama, a família não teria como enterrar a criança, já que não possui recursos para comprar um caixão, problema resolvido graças à doação de um cidadão.

Em pouco mais de um ano de existência, Williams foi o retrato da ausência do Estado, sem acompanhamento médico, alimentação adequada, direito de viver dignamente, hoje morreu e talvez se torne apenas mais um número nas estatísticas da violência no Estado.

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