SDS irá investigar esquema de desvio de CNHs

O diretor-presidente do Detran-AL, Antônio Sapucaia, solicitou por ofício ao secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, investigações sobre denúncias sobre um suposto esquema que estaria funcionando na região de Delmiro Gouveia, no sertão alagoano, para obtenção de Carteiras de Habilitação (CNHs) na vizinha cidade baiana de Paulo Afonso. O secretário Rubim se comprometeu a acionar a Polícia Civil para iniciar investigações.

Segundo as denúncias recebidas pelo Detran alagoano, o esquema seria operado por intermediários não-credenciados (conhecidos como “zangões”), que atuam no lado alagoano. Em Paulo Afonso, a quadrilha contaria com a cumplicidade de auto-escolas, clínicas médico-psicológicas e até de servidores do Detran baiano.

O “zangão”, na região de Delmiro, consegue convencer o candidato à primeira CNH de que é mais fácil, embora mais caro, obter a carteira de motorista em Paulo Afonso do que em Delmiro Gouveia. O candidato entrega ao “zangão” cópias de seu CPF e RG, e paga metade do valor combinado para o “serviço”.

No Detran de Paulo Afonso, o “zangão” retira as guias da auto-escola e da clínica médica. O atestado de residência é fraudado: o candidato, que reside em Delmiro Gouveia, passa a ser “morador” de Paulo Afonso através da falsificação do nome do titular em contas de água e energia. A quadrilha já tem uma lista de “casas certas” em Paulo Afonso para este fim. Esse mesmo tipo de esquema (falsificação de endereços) foi detectado pelo Detran-AL em cidades do interior alagoano, como Atalaia, onde duas pessoas foram presas na semana passada.

Ainda segundo as denúncias, em Paulo Afonso a guia da clínica médica é paga e já vem com o laudo médico aprovando o candidato. No caso dos exames teóricos e de prática de direção, o “zangão” se encarrega de que o candidato seja aprovado sem precisar fazê-los. Ele apenas assina a CNH – quando sabe assinar, porque os denunciantes dizem que os “zangões” chegam a assinar no lugar de candidatos que não sabem fazê-lo. Depois, o “zangão” espera a entrega da CNH no falso endereço fornecido, entrega o documento ao candidato e recebe a segunda parcela do pagamento. Segundo os relatos que chegam ao Detran-AL, o preço cobrado por cada CNH fica entre R$ 800 e R$ 1 mil, bem acima do valor cobrado pelo Detran.

Segundo os relatos recebidos pelo Detran, Queridos pais,ao ser investigados pela Polícia Civil, esse esquema seria responsável por cerca de 200 CNHs fraudulentas por mês, obtidas em Paulo Afonso para candidatos residentes na região de Delmiro Gouveia.

Fonte: Plínio Lins/Ascom Detran

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