Quilombolas receberão capacitação em saúde

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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com o apoio do Ministério da Saúde (MS), visita neste fim de semana a comunidade quilombola Filús, em Santana do Mundaú, para elaboração de um estudo que investiga a saúde das comunidades negras rurais do Estado. Além da pesquisa, os especialistas irão capacitar alguns moradores da comunidade e os agentes de saúde do município em saúde da população negra.

De acordo com o consultor do trabalho, o professor Jorge Luiz Riscado, até agora já foram visitadas 20 das 23 comunidades quilombolas certificadas do Estado. Segundo ele, participam do estudo cerca de dez profissionais, entre especialistas em oncologia, anemia falciforme, cardiologia, violência sexual, drogas e saúde da população negra. “As visitas a essas comunidades começaram em abril deste ano e a nossa previsão é concluir a pesquisa até fevereiro de 2009”, afirmou o pesquisador.

PRINCIPAIS

Um dos principais problemas de saúde dos quilombolas de Filús está relacionado à água consumida. Como o lugar ainda não tem água encanada nem nenhum tipo de reservatório, os moradores consomem água suja de um açude, que serve inclusive para dar banho em animais. “Muita gente tem esquistossomose e problemas de pele por conta da água”, alerta Cícera Vital, presidente do Instituto Irmãos Quilombolas de Santana do Mundaú. Vivem na comunidade Filús 35 famílias.

Conforme o pesquisador Jorge Luiz Riscado, a situação de saúde dos remanescentes de quilombos é precária em todo o Estado. “O saneamento básico deixa muito a desejar. Os moradores também têm dificuldades para conseguir atendimento pelo PSF (Programa de Saúde da Família). Na prática, o PSF é que deveria ir às comunidades, e não o contrário”, salienta. Ainda segundo ele, as gestantes desses lugares, em sua maioria, são desassistidas. “Enquanto o recomendável pelo Ministério da Saúde é a gestante fazer 14 visitas ao médico, muitas delas fazem apenas quatro”, alerta o pesquisador, destacando que ainda é elevada a mortalidade infantil entre os remanescentes de quilombos. “As mulheres dessas comunidades têm um nível de estresse elevado, pois além de ajudar os maridos na agricultura, cuidam da casa e dos filhos”, conclui.

A pesquisa do professor Jorge Luiz Riscado tem o apoio do Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de DST/AIDS, e o título do trabalho é “Estudo sobre as vulnerabilidades ao HIV, Aids, drogas e violência sexual junto às comunidades remanescentes de quilombos”.

Fonte: Assessoria

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