Bush assume culpa, mas enviará mais 20 mil soldados ao Iraque

G1Bush anuncia envio de mais 20 mil soldados ao Iraque

Bush anuncia envio de mais 20 mil soldados ao Iraque

Em pronunciamento à nação realizado no início da madrugada de hoje, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, lançou a nova estratégia americana para a guerra no Iraque . Bush assumiu a culpa em relação a possíveis erros em relação ao Oriente Médio, mas confirmou o envio de "mais de 20 mil tropas adicionais" ao Iraque, sem detalhar o número exato de novos combatentes americanos no conflito. Com o novo plano, ele espera que o governo iraquiano retome o controle do país até novembro deste ano.

Os democratas criticaram a nova estratégia de Bush para o Iraque. Os republicanos, ao contrário, deram seu apoio ao presidente.

"A situação no Iraque é inaceitável para o povo americano, e é inaceitável para mim. Nossas tropas no Iraque lutaram bravamente. Eles fizeram tudo o que nós pedimos para fazer. Onde erros foram cometidos, eu assumo a responsabilidade", afirmou Bush, logo no início de seu discurso de 20 minutos que foi transmitido ao vivo por canais de TV americanos.

Ao detalhar o plano, o presidente dos Estados Unidos afirmou que o governo iraquiano se comprometeu a alocar brigadas do exército e da polícia nacional para os nove distritos de Bagdá, onde estão concentrados a maioria dos ataques dos insurgentes. Segundo Bush, os soldados iraquianos irão de "porta em porta para ganhar a confiança" da população.

"Para isso, será necessário aumentar o número de forças americanas. Então, eu me comprometi a enviar mais de 20 mil tropas adicionais ao Iraque. Essas tropas vão trabalhar ao lado de unidades iraquianas e estarão imersas em suas formações. Nossas tropas terão uma missão bem-definida: ajudar os iraquianos a limpar os bairros, a proteger a população local e a garantir que as tropas iraquianas deixadas nestes locais serão capazes de prover a segurança que Bagdá precisa", disse.

Ele afirmou que na elaboração do novo plano foram ouvidos membros de ambos os partidos do congresso, aliados no exterior e grandes especialistas internacionais, além de utilizar "inteligentes recomendações" do Grupo de Estudos sobre o Iraque, um painel bipartidário liderado pelo ex-secretário de estado James Baker e pelo ex-congressista Lee Hamilton.

Bush disse ainda que não há "fórmula mágica" para resolver o problema do Iraque e que o fracasso das tropas americanas resultará em um desastre para os Estados Unidos, pois "extremistas radicais vão se fortalecer e e ganhar mais adeptos".

"Eixo do Mal"
Para Bush, se os Estados Unidos fracassarem na guerra no Iraque, os inimigos terão um espaço seguro para planejar e lançar ataques contra o povo americano. Ele aproveitou o discurso e voltou a criticar o programa nuclear iraniano, dizendo que, em caso de derrota americana, o Irã ficará fortalecido em sua busca por armas nucleares.

O presidente norte-americano disse que o sucesso no Iraque também requer uma abordagem ao Irã e à Síria, países que segundo ele estão permitindo que terroristas e insurgentes usem seus territórios para entrar e sair do Iraque.

"O Irã está fornecendo apoio material para ataques contra tropas americanas. Vamos acabar com os ataques contra as forças, interromper o fluxo de apoio do Irã e da Síria, e acabar com as redes que fornecem armas e treinamento para nossos inimigos no Iraque".

Em mais uma alusão aos conflitos na região, ele afirmou que do Afeganistão ao Líbano, "passando pelos territórios palestinos", as pessoas estão cansadas de violência e querem um futuros de paz e oportunidades para seus filhos.

Segundo Bush, nesta sexta-feira (12) a secretária de estado americana, Condoleezza Rice, partirá em missão diplomática ao Oriente Médio para buscar apoio ao Iraque e ajudar a levar a paz à região. Porém, mesmo com a nova estratégia, o presidente dos Estados Unidos acredita que "uma democracia no Iraque não será perfeita".

Ele finalizou o pronunciamento homenageando os militares americanos mortos durante o conflito e dizendo que o ano de 2007 vai exigir mais paciência, sacrifício e vontade dos cidadãos dos Estados Unidos.

"Agora, a América está envolvida em uma nova luta que ditará o curso do novo século. Nós podemos e vamos vencer. Avançamos com confiança que o autor da liberdade irá nos guiar através dessas horas desafiantes. Obrigado", concluiu.

*Com informações das agências Efe e France Presse

Fonte: G1

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