Cresce o número de brasileiros que compram imóveis pela internet

À primeira vista, a internet pode não parecer o meio mais adequado para se comprar um imóvel. A idéia, no entanto, é diferente do que mostram os números de imobiliárias que apostaram na web como ponto de venda. A mineira MRV, por exemplo, que tem sede em Belo Horizonte, fechou o ano passado com 18% das suas vendas feitas via internet; em 2005, a parcela era de 10%.

Segundo Eduardo Barreto, vice-presidente comercial da empresa, as operações online vêm crescendo há dois anos, desde que a MRV começou a oferecer ao cliente a opção de, além de ver imagens do imóvel e fazer contato com os corretores, finalizar a compra pela rede. “Criamos o site em 2001, e começamos a perceber que as pessoas entravam no site para procurar informações sobre os imóveis”, disse ele.

A história se repete no Rio de Janeiro, onde atua a imobiliária Basemóvel, que faturou R$ 400 milhões no ano passado. De 2005 para 2006, as vendas por internet saltaram de 12% para 20% do total de imóveis vendidos. O sócio-diretor, Alexandre Fonseca, estima que os negócios online continuem crescendo em 2007.

"Antes tínhamos apenas o site com informações, depois com imagens, agora já é possível conversar com o corretor online finalizar a compra pela internet. Vamos continuar nos aprimorando".

Na Basemóvel, são 36 corretores treinados apenas para atender quem quer fazer compras online. "O atendimento pela web é diferente. É um tipo de cliente mais objetivo, que não tem tempo e precisa resolver tudo rápido", diz Fonseca.

Tudo virtual?

Quem compra um imóvel pela internet não costuma abrir mão de dar uma conferida pessoalmente no produto antes da aquisição. “A maior parte dos clientes nessa situação alterna as etapas: conhece primeiro pela internet, vem e visita o local, e depois só finaliza pelo computador”, explica o presidente da MRV. A compra "às cegas", baseada somente nas informações do site, só acontece quando o comprador busca imóveis apenas como investimento, "para comprar e vender".

A parte burocrática da operação funciona graças ao correio. O futuro proprietário envia documentação, a imobiliária recebe, analisa, aprova, e manda de volta para as assinaturas finais que vão oficializar o negócio.

De terras distantes

Outra das razões comuns que motivaram as imobiliárias a investirem nas vendas de imóveis pela internet foi a demanda dos brasileiros que moram no exterior. Na maioria dos casos, são pessoas que trabalham no exterior – Europa e EUA, principalmente -, juntam dinheiro e querem comprar imóvel em território nacional.

“Também vendemos para turistas que vêm ao Brasil, conhecem o imóvel, gostam, e depois só confirmam a venda pela web. A maior parte das vendas para o exterior é de apartamentos entre de R$ 150 a R$ 250 mil”.

As condições de pagamento são as mesmas para os residentes no Brasil: podem ser parceladas em até cem vezes na imobiliária. Por enquanto, nenhum banco no Brasil financia imóveis para brasileiros em outros países. A Caixa Econômica Federal (CEF) tem planos de lançar ainda este ano uma linha de financiamento habitacional voltada exclusivamente para os brasileiros residentes no exterior. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa do banco, ainda é cedo para detalhar o programa.

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