Hospital José Carneiro tem número de leitos reduzido devido à reforma

Na expectativa de disponibilizar um serviço de saúde eficiente para a população alagoana, o Hospital Escola Dr. José Carneiro (HEJC) doou mais espaço à obra de reforma e ampliação da Unidade de Emergência Armando Lages, que juntamente com o espaço do hospital-escola dará início a um novo hospital-geral para os alagoanos.

Para o diretor-geral do HEJC, Carlos José Neto Lôbo, a medida ocorreu depois da assinatura de um termo de compromisso entre as duas unidades hospitalares que oficializou a cessão do espaço da nutrição, farmácia e lavanderia.

“Temos um compromisso com a população alagoana. Atendemos os 102 municípios alagoanos e de todos os bairros da capital, especialmente os mais carentes, e não podemos abrir mão de nossos serviços, tendo em vista que a Unidade de Emergência, com seu perfil atual, não tem como absorver essa demanda. E se tentassem algo desse tipo, com certeza enfrentariam os mesmos problemas que os afligem desde a criação da UE, e a população não pode sofrer as conseqüências da insensatez. Nesse sentido, estamos trabalhando juntos. Com certeza, o diretor da UE tem consciência de que a desativação do hospital-escola acarretaria sérios prejuízos, alguns impossíveis de serem solucionados”, destaca Carlos Lôbo.

Apesar da importância do hospital-escola para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), a reforma que une os dois hospitais vem provocando uma série de mudanças. O número de leitos do HEJC foi reduzido de 108 para 61. O ambulatório, que atende todas as especialidades médicas (com exceção de doenças psiquiátricas, obstetrícia, e doenças infecto-contagiosas), mudou para o 1º Centro de Saúde, na Praça das Graças.

O ambulatório de pediatria foi transferido para as dependências da Uncisal, a clínica pediátrica foi transferida para o Hospital Hélvio Auto, antigo HDT. “Estamos fazendo tudo que é possível para que essa reforma se concretize e as dependências já reformadas possam ser ocupadas e, especialmente, possamos voltar a disponibilizar nossos serviços ainda com mais qualidade”, disse.

Mesmo acreditando que o complexo hospitalar geral representa um atendimento de qualidade para os usuários do Sistema Único de Saúde e pacientes de trauma, público para qual a Unidade de Emergência foi criada, o diretor ressalta que precisa de definição da Secretaria Executiva de Saúde e da Uncisal para restabelecer os serviços, já que grande parte da estrutura física do Hospital-Escola foi cedida para reforma e ampliação da Unidade de Emergência, com recursos do Quali-SUS, do Ministério da Saúde.

Segundo o diretor-geral a dificuldade pela qual passa o hospital não se limita à reforma. Ele explica que a descontinuidade dos serviços também vem acontecendo devido à falta de repasses das verbas oriunda do governo estadual a qual o hospital tem direito. “Estamos com um déficit de R$ 625.380, 54 do ano de 2006. Nenhum diretor tem condições de conviver com um déficit tão alto”, lamenta.

Carlos Lôbo explica ainda que os prejuízos acabam atingindo áreas cruciais da unidade hospitalar, como a farmácia, por exemplo, deficiência essa que acaba limitando o hospital na hora de internar os pacientes. “Todo paciente passa por avaliação clínica, e não podemos, por exemplo, internar um paciente sem condições necessárias para promover seu tratamento. E todos os argumentos com os fornecedores não são suficientes para convencê-los a nos vender, sem previsão de pagamento dos débitos pendentes. A população alagoana está sofrendo, mas nós também estamos angustiados com a situação que nos deixa de mãos atadas”, reforça.

Um dos fatores que agravou o déficit financeiro em 2006 foi a manutenção da Unidade de Terapia Intensiva. O setor, importantíssimo a um hospital-geral, pois traz maior autonomia na realização de cirurgias de alto risco, bem como garante a manutenção de pacientes crônicos nos casos de agravamento, nunca recebeu uma verba sequer pelos serviços de alto custo que oferecia. “A manutenção da UTI requer um investimento muito alto, e até o momento não conseguimos o cadastro do SUS”, destaca. Com o processo de ampliação, a UTI foi desativada e todos os equipamentos e equipe médica foram transferidos para o Hospital Escola Dr. Hélvio Auto (HEHA) que vem promovendo estudos para sua reabertura nos próximos meses.

Com a concretização do complexo Unidade de Emergência / Hospital Escola Dr. José Carneiro, transformando em uma estrutura mais eficiente, obedecendo às normas do Ministério da Saúde, ocorreria a ampliação do número de leitos, minimizando a superlotação da Unidade de Emergência, e contribuindo para o ensino, pesquisa e extensão e assistência. “A saída é primar pelo atendimento de excelência considerando a qualidade dos profissionais que compõem o quadro das instituições. Além disso, a soma dos repasses federais de ambas as instituições são suficientes para a assistência de urgência, emergência e eletivas, como também para investimentos que visem o crescimento. É isso que desejamos. É para isso que estamos trabalhando”, finaliza Lôbo.

Fonte: Wedja Santos

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