A Polícia Federal está em estado de greve em todo o Brasil. Em Alagoas, os policiais federais decidiram engrossar o movimento nacional, em assembléia geral extraordinária, realizada na noite da última quarta-feira (14). Hoje pela manhã, eles realizaram um ato público contra o anteprojeto de Lei Orgânica da Polícia Federal, proposto pelo Ministério da Justiça.
A decisão pelo estado de greve referendou a posição defendida pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que convocou para hoje uma grande manifestação nacional contra o anteprojeto do governo federal. Em praticamente todos os Estados da Federação, a categoria protestou contra o famigerado projeto do governo Lula.
O ato público realizado em Maceió contou com a participação de delegados, peritos, escrivões e papiloscopistas. A manifestação começou a partir das 9 horas da manhã, em frente da superintendência da PF, em Jaraguá. Por volta das 10 horas, os manifestantes realizaram a queima simbólica do anteprojeto de Lei Orgânica.
Em entrevista a vários órgãos da imprensa local, o presidente do Sinpofal, Jorge Venerando, deixou claro que o anteprojeto esse anteprojeto de Lei Orgânica, proposto pelo ministro Márcio Thomaz Bastos, é antidemocrático, autoritário e excludente. “Esse projeto desqualifica o trabalho da PF e é nocivo à sociedade”, afirmou o sindicalista.
Para Jorge Venerando, a assembléia da categoria tomou a decisão acertada, ao acompanhar a manifestação nacional, pois ninguém concorda com a proposta do Ministério da Justiça. “Já fizemos uma greve de advertência no dia 31 de janeiro e agora vamos fazer esse ato de público para repudiar esse anteprojeto”, destacou o sindicalista.
Segundo Jorge Vernerando, os servidores da PF exigem a retirada imediata do anteprojeto de Lei Orgânica, o pagamento da segunda parcela da recomposição salarial da categoria e a imediata adequação da Portaria 523/89 à Lei 9266, reconhecendo as atividades dos agentes, escrivões e papiloscopistas como de nível superior.
O presidente do Sinpofal ressaltou também que, a partir desse ato público, a categoria entra em estado de greve em todo o Brasil. “O engajamento da categoria nesse dia de protesto foi um sucesso. Portanto, vamos nos manter unidos para realizar outras manifestações, até que nossas reivindicações sejam atendidas”, salientou.
“Essa mobilização foi decidida por lideranças da categoria em uma reunião do Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais, realizada em Brasília, no último dia 7, referendada pelos policiais federais de Alagoas e da maioria dos Estados da Federação”, finalizou Venerando.
