Em assembléia encerrada agora há pouco, no Clube Fênix Alagoano, cerca de dois mil servidores da Educação decidiram “cumprir" a decisão do juiz Cláudio José Gomes Lopes, da 18ª Vara Cível, que na manhã de ontem deu parecer favorável à ação declaratória de ilegalidade de greve ajuizada pelo governo do Estado, contra o Sinteal.
Durante a assembléia, os professores foram contundentes nas críticas ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que na avaliação da categoria quis criminalizar o sindicato com a nota publicada nos meios de comunicação.
“O Estado está gastando o nosso dinheiro, dinheiro público, para jogar a sociedade contra os trabalhadores”, disse Girlene Lázaro, presidente do Sinteal.
De acordo com a liminar, os professores devem retornar às suas funções no prazo máximo de 48 horas, caso contrário, os trabalhadores estariam sujeitos a corte de subsídios, abertura de processo administrativo disciplinar, que prevê a demissão do servidor, além de multa diária de R$ 10 mil que deverão ser pagos pelo Sinteal.
Ainda de acordo com a direção do Sinteal, a entidade entrará com um agravo do Tribunal de Justiça questionando a liminar, que segundo eles tem como principal alegação a afirmação de que todas as demais categorias aceitaram a proposta, à exceção do Sinteal.
“Não queremos inviabilizar o estado, mas não podemos ser obrigados a cumprir decisões judiciais, quando o próprio governo não cumpre a lei”, reforçou Lenilda Lima, vice-presidente da CUT.
Após as diversas proposições, a categoria decidiu “cumprir” a decisão judicial, entretanto, nos próximos dias, o Sinteal organizou uma agenda de atividades que envolvem toda a categoria, o que na prática deverá manter os professores longe das salas de aula.
Neste momento, os professores saem em passeata pelas ruas do Centro. Amanhã, às 9 horas, haverá uma reunião com os diretores de escolas na sede do Sindicato dos Urbanitários, na quinta-feira será a vez dos aposentados se reunirem com o comando do movimento, na sexta, está prevista a realização de outras atividades.
A categoria voltará a se reunir integralmente na próxima segunda-feira, dia 5 de março, quando haverá uma nova plenária e a categoria, que contatará com o apoio de mais de 1.500 mulheres da Vila Campesina, além de pais e alunos, pretendem tomar as ruas da cidade.
