Morte de ascensorista completa um ano impune

A morte do ascensorista Valdomiro dos Santos, 30 anos, completa um ano no próximo dia 8, sem que os culpados tenham sido condenados pelo crime.

O ascensorista foi executado com dois tiros na frente da mulher, Rosilva Maria da Silva, e de um filho menor. Ele foi baleado quando estava caído no chão, após levar um soco do soldado da Polícia Militar Genival Agostinho.

O delegado Jorge Barbosa, do 8º Distrito Policial (DP), que presidiu as investigações que apurou a morte do ascensorista, concluiu as investigações no dia 5 de maio de 2006 e enviou o inquérito para a Justiça.

Na época, Barbosa informou que o soldado Genival Agostinho, integrante de uma guarnição do 5° Batalhão de Polícia Militar (5° BPM), havia sido indiciado como autor material do crime de homicídio.

Para a Polícia Militar, o crime teria ocorrido quando a viatura comandada pelo cabo Martins abordou o veículo conduzido por Valdomiro dos Santos, um Escort dourado, placa MUH 2599-AL.

Ainda segundo os PMs, foi solicitado a Valdomiro que apresentasse os documentos e ele teria ficado irritado com o procedimento. A partir daí, os policiais afirmam que teria havido luta corporal, com disparos acidentais.

O laud cadavérico, no entanto, indicou que o ascensorista foi morto com dois tiros, um nas costas e outro na perna.

A assessoria de comunicação da PM, na época, informou que o caso havia sido enviado pata a Corregedoria da Polícia Militar e que os três militares envolvidos – Cabo Martins e soldados Agostinho e J. Sérgio seriam investigados.

O crime

Parentes e amigos de Valdomiro dos Santos ficaram revoltados com a morte do ascensorista Valdomiro dos Santos. Segundo a esposa da vítima, Rosilda Maria da Silva, no momento em que o casal chegava em casa, na Rua Manaus, no Conjunto Benedito Bentes II, por volta das 20h do sábado (8), em companhia do filho menor, Valdomiro foi obrigado a parar o carro no meio da rua, esperando que outros dois carros, que estavam à sua frente, saíssem para ele entrar com o carro na garagem.

“Como a viatura da PM estava atrás do nosso carro, eles buzinaram pedindo passagem, como não saímos do lugar, um PM desceu da viatura e começou a agredir verbalmente o meu marido, que reagiu dizendo que ele não era bandido: ‘sou um cidadão de bem’ ”, contou ela.

Rosilda disse, ainda, que no momento em que ele desceu do carro, entregou os documentos para o policial e saiu para acender a luz da área. “Quando ele deu as costas para o PM, foi agredido e jogado no chão, quando ele se levantou houve uma luta corporal, foi quando o PM se levantou e atirou no meu marido”, contou revoltada.

A viúva disse que após os disparos, a guarnição foi embora levando um irmão da vítima, Amaro dos Santos, que no momento em que saiu em defesa do irmão, foi agredido pelos policiais, que o levaram para a Delegacia de Plantão 2, no Salvador Lyra, onde ficou detido e só foi liberado no dia seguinte.

Valdomiro chegou a ser socorrido por vizinhos e levado para o minipronto-socorro Denilma Bulhões, onde veio a falecer.

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