Jornalistas e gráficos do jornal Tribuna de Alagoas ocupam a sede da empresa desde a manhã desta segunda-feira para forçar a direção a pagar os salários atrasados e recolocar o matutino nas ruas.
Após setenta dias de paralisação, a empresa não havia apresentado até ontem uma solução definitiva para as pendências, o que levou os trabalhadores a adotarem uma postura mais ofensiva no processo de mobilização. O próximo passo será ocupar o setor de redação e executar a empresa na Justiça, dentre outras ações sindicais, políticas e jurídicas.
Os trabalhadores voltam a fazer uma nova assembléia às 13 horas desta terça-feira, na sede do jornal, para deliberar sobre novos encaminhamentos. Além de ações judiciais, que já estão sendo encaminhadas pelo Sindicato dos Jornalistas e pelo Sindicato dos Gráficos, a intenção dos profissionais é realizar manifestações em frente às residências e empresas dos proprietários da Tribuna, para denunciar a situação de insolvência a que eles levaram o jornal, bem como a ameaça de calote que paira sobre os trabalhadores.
“Soubemos que ainda existe a possibilidade de um acordo para recuperar a empresa e pagar os salários atrasados. Se essa possibilidade ainda existe, é bom que a direção e os proprietários se apressem, porque os trabalhadores não vão recuar da luta política e jurídica para garantir os seus direitos. Agora, só o pagamento dos salários pode reverter esse processo”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Carlos Roberto Pereira.
O departamento jurídico do Sindjornal reúne nesta terça-feira a documentação necessária para executar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela Tribuna de Alagoas no Ministério Público do Trabalho. Esse termo, além de ter estipulado o pagamento dos salários de dezembro e janeiro até o dia 14 de março, multa a empresa em 100% no caso de descumprimento, duplicando o valor do débito. Somada a essa dívida, ainda existem os salários de fevereiro e março, tempo em que a empresa esteve fechada.
A ocupação dos jornalistas e gráficos no jornal Tribuna de Alagoas conta com o apoio da CUT e diversas entidades filiadas, que também participarão das manifestações públicas que estão sendo programadas pelos trabalhadores. Nesta segunda-feira compareceram à sede da Tribuna o presidente e a vice-presidente da CUT-AL, Izac Jackson e Lenilda Lima, além de dirigentes dos sindicatos dos Bancários, Urbanitários, Policiais Civis e Trabalhadores da Educação. Nesta terça devem se integrar dirigentes e militantes do movimento dos trabalhadores sem terra.
