Os deficientes físicos de Maceió terão, a partir desta quarta-feira, a oportunidade de cadastrar seus currículos na Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) e disputar uma vaga no mercado de trabalho.
A campanha lançada pelo órgão visa incluir os portadores de deficiências no campo de trabalho, através da seleção de currículos e entrevistas, redirecionando os às empresas interessadas.
Nos primeiros meses deste ano, a instituição encaminhou cerca de 500 currículos para serem avaliados por empresas que atuam, desde o comércio varejista até empresas de transporte coletivo.
De acordo com a psicóloga Ana Karyne Moura de Araújo, o número de empresas que procuram a instituição em busca de profissionais com deficiência tem crescido a cada ano.
“Esta campanha completa cinco anos e, no decorrer do tempo, vemos que a procura cresce. No entanto, as exigências são maiores, pois as empresas procuram pessoas qualificadas. Com a atualização do nosso banco de dados podemos expôr, para os interessados, os deficientes que se enquadram ao cargo procurado”, diz.
Desempregada há três meses, Rita de Cássia da Silva, esteve na sede da Adefal após descobrir que o órgão estava cadastrando os deficientes. “Soube pela televisão hoje e resolvi entregar logo meu currículo pois, preciso de emprego para pagar minhas contas. Sou deficiente e isso não me impede de trabalhar”, afirma.
Cursos
A Adefal em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Alagoas(Senai) disponibiliza para os associados cursos profissionalizantes gratuitos.
“Temos até o momento cerca de mil currículos, no entanto, a maioria apenas com o ensino fundamental. Com os cursos oferecidos, os deficientes poderão se reciclar ou aprender uma nova profissão que o ajude no mercado de trabalho”, afirma Ana Karyne.
Os interessados nos cursos devem procurar o setor de Recursos Humanos da Adefal para maiores informações.
Lei
A lei de n° 8.213, conhecida com Lei de Cotas, instaurada em 1991,prevê a contratação de pessoas portadoras de deficiência por empresas. Os empresários que não cumprirem poderão sofrer multas e indenizações.
A lei obriga as empresas que possuam entre 100 e 200 funcionários a reservarem pelo menos 2% das vagas a deficientes físicos. Já a que possui entre 201 e 500 empregados, está previsto o percentual de 3%. Entre 500 e mil funcionários, 4% e o percentual de 5% para as empresas com mais de mil empregados.
Em Alagoas, existe uma fiscalização do Núcleo de Combates as Desigualdades de Oportunidades no Trabalho, (NCDOT) onde vistoria o cumprimento da Lei de Cotas.
