Cerca de 130 estudantes universitários e trabalhadores ligados ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) invadiram agora há pouco o gabinete da reitora na Universidade Federal de Alagoas, no campus universitário.
Segundo os manifestantes, a invasão se dá dentro da programação de atividades previstas para ocorrer durante a semana de luta contra as reformas do governo federal, que na manhã de ontem interditou a BR 104 durante ato público.
Na pauta de reivindicações, constam discussões como a reforma universitária, a construção da escola agrotécnica voltada para a agricultura familiar, a inclusão da Ufal no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), a ampliação da assistência estudantil, da residência universitária, a eliminação das taxas, fim do pagamento dos cursos de extensão, além do posicionamento da Ufal contra o decreto que restringe o uso dos cartões eletrônicos estudantis.
Segundo o assessor de imprensa do movimento de ocupação, Rafael Cavalcanti, os estudantes são ligados a diretórios e centros acadêmicos que não se sentem bem representados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Rafael Cavalcanti nega qualquer truculência durante a ocupação e afirma que aguarda o pronunciamento da reitora para receber a pauta de reivindicações dos estudantes e teme a utilização da força para a evacuação do local.
Outro lado
De acordo com servidores da Universidade Federal de Alagoas, os estudantes usaram a força para invadir o gabinete da reitora, inclusive agredindo e expulsando funcionários, além de quebrar um vidro do gabinete da reitoria.
Os números também são questionados pelos servidores da reitoria. De acordo com eles, a ocupação não contou com mais de 40 estudantes, sendo o movimento “engrossado” pelos trabalhadores ligados ao MTL, inclusive mulheres grávidas e recém-nascidos.
Segundo a assessoria de comunicação da Ufal, a reitora Ana Dayse Dórea considerou a ocupação um ato de vandalismo. “Enquanto gestora de uma instituição de educação, que vem investindo na melhoria do ensino, não posso admitir atos de violência contra funcionários públicos e a depredação de um patrimônio coletivo”, disse a reitora.
“Estou surpresa e lamento esta postura de alguns estudantes da nossa universidade”, ponderou a reitora.