Taxista pode ter sido vítima de vingança

Sionelly Leite/Alagoas24horasSionelly Leite/Alagoas24horas

De acordo com o subsecretário de Defesa Social de Alagoas, coronel Ronaldo dos Santos, o assassinato do taxista Valmir Pereira dos Santos, 46 anos, pode não ter sido crime de latrocínio. A Polícia Civil de Alagoas investiga a possibilidade dele ter sido morto por vingança. Os depoimentos foram tomados na manhã de hoje pelo delegado Robervaldo Davino e conforme os familiares ouvidos, Valmir Pereira teve um desentendimento recente – que chegou às vias de fato – com um outro taxista de nome ainda não revelado pela Polícia Civil, mas que é também sargento da Polícia Militar.

Ronaldo dos Santos diz que é preciso ser criterioso e que a investigação ainda está em andamento. “Não há nada comprovado, o que sabemos é que houve um desentendimento e – portanto – esta também será uma das linhas de investigações”, colocou. O delegado Robervaldo Davino deve descartar a possibilidade latrocínio pelo fato dos bandidos não terem levado a carteira porta-cédula do taxista. Não há registro também de roubo de qualquer quantia em dinheiro.

Valmir Pereira foi assassinado na noite de ontem, no bairro da Gruta. Outra informação recente, que já consta no Boletim de Ocorrência e nos laudos da Polícia Civil de Alagoas é que antes de ser assassinado, Valmir Pereira foi abordado por um homem e uma mulher loira. Há suspeita de que este rapaz – ainda não identificado – teria sido o autor dos disparos.

Os representantes da Associação dos Taxistas de Alagoas estiveram reunidos – na manhã de hoje – com o coronel Ronaldo dos Santos. O subsecretário repassou para os taxistas a versão que a Polícia Civil tem para a morte do companheiro de trabalho. “Estamos deixando claro as informações que possuímos e pedimos até a colaboração dos taxistas, pois sabemos que muitas informações que circulam no meio de vocês pode auxiliar no trabalho do delegado Robervaldo Davino, que é criterioso e abnegado. O caso está em boas mãos e chegaremos aos culpados”, destacou o coronel.

Os colegas de trabalho de Valmir Pereira ainda acreditam na versão de latrocínio, mas não descartam a hipótese levantada pela Polícia Civil de Alagoas. Um dos amigos da vítima conta até detalhes da briga entre Valmir Pereira e o sargento: “O motivo da briga foi o filho do sargento que também trabalha com o carro do pai”, destacou. De acordo com o amigo, a briga ocorreu há poucos dias no ponto de táxi do Hiper Center da Gruta. Os dois chegaram a se agredirem fisicamente, mas foram separados pelos companheiros de profissão.

Os taxistas cobram celeridade nas investigações. Na noite de ontem e nesta manhã, vários protestos já foram feitos pela categoria cobrando elucidação para o caso. Este é o terceiro taxista morto no exercício da função. Os dois primeiros casos são apontados como latrocínio e tiveram os suspeitos detidos pela Polícia Civil de Alagoas. Além das mortes – conforme números do Sindicato dos Taxistas – 26 casos de assaltos foram registrados.

Reunião

Durante a reunião de hoje, além de discutirem o caso específico de Valmir Pereira, os taxistas da Associação apresentaram uma pauta de reivindicações ao coronel Ronaldo dos Santos e ao responsável pelo Comando de Policiamento da Capital, tenente-coronel Adilson Bispo. Na pauta, os sindicalistas reclamam do trabalho dos PMs na rua. Segundo ele, as abordagens não são feitas a contento e raramente os policiais revistam os passageiros e quando encontram irregularidades no táxi cobram propina para liberação do veículo.

O coronel Ronaldo dos Santos – que ouviu atentamente as reclamações – destaca que estes são casos isolados e que serão combatidos. Para melhorar o desempenho da tropa e acompanhar de perto a situação pela qual passam os taxistas, Ronaldo dos Santos sugeriu reuniões semanais entre o Comando de Policiamento da Capital e a Associação dos Taxistas. A proposta foi aceita por todos e já deve haver um primeiro encontro na próxima quinta-feira, dia 14 de junho.

O objetivo, segundo o coronel, é a integração entre a Polícia Militar – responsável pelo policiamento ostensivo e preventivo – e os próprios taxistas. “Com isto, eles vão poder passar as áreas mais críticas e nós mapearemos a violência para agir de forma rápida e eficaz”, destacou o coronel.

Ronaldo dos Santos frisou que a integração ainda encontra alguns problemas por conta de rachas internos entre os taxistas, que de um lado são representados pela Associação dos Taxistas e, de outro, pelo Sindicato dos Taxistas. “É preciso chegar a uma linguagem única”, sentenciou.

O representante da Associação, Adriano de Freitas, disse que “quem responde pela capital somos nós. O sindicato só tem se interessado mais pelo interior do Estado. Com esta conversa de agora acho que vamos para frente. Tenho confiança no coronel Ronaldo dos Santos. Senti firmeza e acho que vamos conquistar o nosso objetivo que é reduzir os índices de criminalidade”, finalizou.

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