Renan tem vantagem apertada no conselho

Senadores aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da oposição trabalham com um placar apertado no Conselho de Ética a favor do relatório que pede o arquivamento do processo sobre a suposta ajuda financeira que ele teria recebido de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos. A votação está marcada para esta sexta-feira (15).

Nas contas feitas nesta quinta pelos senadores, o arquivamento tem grandes chances de ser aprovado por 8 votos a 7 ou 9 a 6. A diferença está no voto do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), considerado indefinido. O décimo sexto voto seria do presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), que só se manifesta em caso de empate.

A oposição já decidiu fazer um relatório paralelo ao do relator do processo, Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Na quarta (13), Cafeteira apresentou sua conclusão pelo arquivamento do pedido de processo contra Renan. A oposição prepara um relatório que pede a continuidade da investigação, com convocação de testemunhas e perícia dos documentos.

Chamado de "voto em separado", o documento deve ser assinado pelos senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO). "Vamos pedir a manutenção do processo e convocação de oitivas", diz Perillo.

Além dos dois, a oposição conta ainda com os votos certos de Marisa Serrano (PSDB-MS), Jonas Pinheiro (DEM-MT), Maria do Carmo (DEM-SE) e Jefferson Perez (PDT-AM). Já os aliados de Renan contam com os dois votos do PT, os quatro do PMDB, o do próprio relator, Epitácio Cafeteira, e do senador Renato Casagrante (PSB-ES), contabilizando oito votos.

"Estou propenso a ficar com o relatório do Cafeteira, mas ainda vou analisar os documentos", diz Casagrande, contrário à convocação, por exemplo, da jornalista Mônica Veloso. "Ela contribuirá muito pouco", acredita.

Tranqüilo

O próprio Renan reafirmou nesta quinta que está tranquilo. "Sempre estive com absoluta tranquilidade. Nunca tive dúvidas de que estávamos ao lado da verdade", disse numa rápida entrevista aos jornalistas.

Prevendo a derrota, a oposição traçou a seguinte estratégia: vai apresentar, logo no começo da sessão desta sexta, um requerimento que propõe a inversão de pauta para votar primeiro o relatório paralelo que rebate o de Cafeteira. É uma forma de testar os integrantes do órgão e sentir a tendência de votação.

Se os aliados de Renan rejeitarem por maioria esse requerimento, o Conselho de Ética então votará logo em seguida o relatório de Cafeteira. Segundo os senadores da oposição, a tendência é se abster nesta votação, já que a vitória de Renan estará praticamente sacramentada. "É a tradução de uma posição partidária", diz o líder do Democratas, José Agripino (RN).

Fonte: G1

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