O Canalha

A vida sempre nos está dando lições importantes quer sejam através de lances de alegria, amizade, solidariedade, ou muitas vezes pelo lado oposto: a tristeza, a covardia, a ingratidão a traição vil de alguém que você julgava gente. Mesmo assim, é preciso que estejamos sempre abertos a fazer o bem, cultivar as amizades verdadeiras e nunca guardar dentro de nós quaisquer resquícios de ódio, amargura ou revolta. Tudo isto nos fará muito mal e nos levará, com certeza ao abismo insofismável do padecer físico e mental. É preciso que entendamos que o mal se destruirá por si, e por seus desígnios a natureza fará sempre retornar à origem tudo de negativo que porventura possa lhe atingir.

Conto aqui a história de um cidadão sem caráter e desonesto que conseguiu crescer na vida à custa de amigos por ele enganados. Formou um patrimônio frágil construído à custa de sua índole negativa e de pequenos golpes em seus próprios amigos. As pessoas percebiam a sua queda para os negócios sujos, para a picaretagem, mas tudo era relevado em função da sua fingida dedicação àqueles que praticamente lhe sustentavam.

Para aumentar sua desgraça juntou-se a alguém pior que ele. Era quase uma “formação de quadrilha”. Com o que tirou desonestamente dos amigos comprou bens, gastou com farras homéricas e até montou um negócio. Todos sabiam de sua desonestidade e falta de caráter, mas ninguém quis denunciá-lo. Poderia ter sido processado e exposto ao constrangimento de ser preso, mas para ele talvez isto não tivesse grande importância. Até porque ele costumava dizer que “vale a pena ser preso se o dinheiro for suficiente”.

Os amigos preferiram dele se afastar, pois o ambiente propício para ele e seus comparsas era a lama e o charco da indignidade. Perdeu suas verdadeiras amizades e preferiu o destino da marginalidade e da escória de onde nunca deveria ter saído.

As suas ações sempre foram carregadas de inveja e frustração. Nunca estudou e culpava os que eram cultos, nunca gostou de trabalhar, preferia o dinheiro fácil e desonesto e gracejava daqueles que lutavam e eram adeptos do labor. Nunca teve uma palavra de carinho nem com os filhos, muito menos com amigos e era intolerante com a gratidão, com o gesto solidário, com o afeto do companheiro. Chamava isto de “fraqueza”. Quanta pobreza de espírito e quando mal carregado em seu coração.

Imaginou “vencer” com os frutos do pecado cometido, construiu castelos de ilusões em torno de sonhos de areia frágeis e putrefatas de indignidade. Pensou ter realizado os mirabolantes sonhos de sua mente doentia, mas estava completamente errado. Os males causados retornam sempre, as injustiças cometidas são corrigidas aqui mesmo e a ingratidão vil é cobrada com juros pelas forças da natureza. Nada mais deu certo em sua vida, o ganho fácil e desonesto também proporcionou perdas rápidas e negócios fracassados. Terminou infeliz da mesma maneira que começou. Não teve mais amigos, ninguém mais lhe estendeu a mão com receio de se contaminar. E ele seguiu pelas sarjetas da vida obscura e cruel, como aqueles que plantam o mal e semeiam a inveja, a calunia a traição aos que lhe mataram a fome e lhe agasalharam no frio. O que lhe restou é a marca que carregará para sempre e ao passar todos lhe apontarem: ali vai um canalha!

* Este é um texto de ficção, qualquer semelhança poderá ser mera coincidência.

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