Maceió vira motivo de vergonha em rede nacional

Sionelly Leite/Alagoas24horasSionelly Leite/Alagoas24horas

Uma reportagem especial exibida agora há pouco, no programa Domingo Espetacular, da TV Record, mostrou a realidade vivida pelas famílias que sobrevivem do lixão de Cruz das Almas, em Maceió.

A reportagem mostrou adultos e crianças ‘brigando’ por restos de comida, roupas, calçados ou qualquer objeto que ainda possa ser aproveitado.

Um garoto aparentando 12 anos de idade foi entrevistado e fez uma afirmação impressionante: “Aqui ninguém passa fome não”.

A afirmação do garoto é totalmente a oposta de Quitéria Maria, que vive do lixão há 15 anos – ela também foi personagem da reportagem. “Isso aqui não é lugar pra ninguém não”.

Pelas declarações dos mais antigos no lixão, a permanência deles no local é por uma questão de sobrevivência. “Se agente sair daqui vai passar fome”, disse um dos catadores que não teve o nome mostrado na tela da Record.

A reportagem mostrou imagens chocantes de pessoas, sem nenhum tipo de proteção, à caça de restos de comida. Numa das imagens um balaio com restos alimentares era coberto por moscas.

Para Everaldo Queiroz, sanitarista ouvido pela reportagem, a situação vem se agravando e os riscos para as pessoas e o meio ambiente são incalculáveis. “Isso que as pessoas pegam não são alimentos; são descartes que podem acarretar uma série de contaminações químicas, que podem causar vários tipos de reações nas pessoas”, advertiu.

Os absurdos mostrados em rede nacional já fazem parte do cotidiano do maceioense, que assiste de mãos atadas a disputa da Prefeitura com os moradores de Guaxuma, local escolhido para abrigar o aterro sanitário. O lixão de Cruz das Almas existe desde 1967.

Dentro da lei

Em meio ao impasse sobre a área do aterro sanitário, o Ministério Público Federal já determinou que o local deverá estar totalmente recuperado até março do próximo ano.

A Superintendência Municipal de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) vem desenvolvendo ações que visam recuperar a área do lixão e minimizar os impactos ambientais, mas os efeitos ainda são devastadores.

Para o assessor técnico da Slum, Álder Flores, que também foi ouvido na reportagem, “a situação é de calamidade e o lixão pode até atingir o mar”.

A prefeitura vem tentando minimizar um problema antigo, mas diminuir o risco de instabilidade de taludes e proliferação de vetores, ou implantando o sistema de drenagem das águas pluviais não terão efeito nenhum enquanto a área não for desocupada.

A reportagem da TV Pajuçara, afiliada da Rede Record, fez seu papel; a vergonha é pela situação de mais um vexame em rede nacional.

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