O preço do tempo

O princípio fundamental da matemática financeira é o princípio da equivalência. E o princípio da equivalência baseia-se no fato de que o dinheiro muda de valor no decorrer do tempo. Assim, uma determinada quantia teria valores econômicos diferentes em épocas diferentes, ainda que em tempos não inflacionários.

A partir desse raciocínio, podemos imaginar uma outra quantia, situada em época futura, que tenha o mesmo valor, que certa quantia conhecida no presente. Em outras palavras, um Valor Futuro (VF) equivalente ao Valor Presente (VP) conhecido.

Da mesma forma, podemos imaginar que exista, no presente, uma quantia com o mesmo valor que outra quantia conhecida no futuro, ou prevista. Em outras palavras, um Valor Presente equivalente ao Valor Futuro conhecido ou previsto.

A diferença conhecida entre o VF e o VP é a parcela correspondente aos juros (j).

Os juros podem ser definidos livremente como o aluguel do capital. Existem várias justificativas para os juros. Entre elas podemos citar a teoria da produtividade marginal do capital: O Capital, associado a outros fatores de produção, é, também produtivo.

Como o capital é um dos fatores de produção, os juros correspondem à remuneração do fator capital, da mesma forma, por exemplo, que os salários remuneram o fator trabalho.

Outra teoria é a do preço do tempo ou abstinência de Böhm-Bawerk (Böhm-Bawerk, Eugen)* que diz que um capital emprestado é um bem presente que se dá em troca de um bem futuro.

Como a expectativa de um bem futuro vale menos que a realidade do bem presente (lembre-se da estorinha do “mais vale um pássaro na mão do que dois voando…”), os juros compensariam essa diferença. Assim, o Valor Futuro é o resultado da soma do Valor Presente com a sua remuneração que são os juros. Colocando sob a forma matemática teríamos isso: VF= VP + j

Assim, quando você pagar juros sobre valor qualquer de capital, entenda que este capital está sob trabalho também e, portanto tem que remunerar (dividendos) seu dono, da mesma forma que o seu trabalho lhe gera dividendos (seu salário) no final do mês.

Esta é uma forma simples de entender que juros não é uma coisa espúria, mas apenas o resultado de um trabalho executado por um fator componente da relação de trabalho, o Capital. Da mesma forma que outro fator da mesma relação, a mão-de-obra, é remunerada com o Salário.

*(1851-1914): Economista, um dos representantes da chamada «escola austríaca» na economia política, cujos representantes se opunham à propagação das idéias marxistas, dando uma interpretação subjetiva idealista das leis econômicas, fundador da escola austríaca da utilidade marginal. Autor de Kapital und Kapitalzins (1884-1889).

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