Após dois meses em greve os servidores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da Ufal (Sintufal) decidiram radicalizar o movimento grevista a fim de pressionar o Governo Federal a atender as reivindicações da categoria. Após assembléia, os servidores votaram pela ocupação dos prédios da Universidade, começando pelo DAA (Departamento de Assuntos Acadêmicos), responsável pela emissão de diplomas e certificados.
Segundo o coordenador de formação política sindical, Roberto Maximiliano, há cerca de três semanas, uma caravana esteve em Brasília para uma reunião com o Ministério do Planejamento, mas nenhuma proposta concreta foi apresentada para que a greve terminasse. Uma reunião foi marcada para a tarde de hoje, em Brasília, onde serão discutidas as reivindicações.
“O Ministério está empurrando com a barriga. Depois de dois meses, ainda não recebemos nenhuma proposta viável, por isso a Fasubra (Federação dos Sindicatos das Universidades Brasileiras) decidiu radicalizar os movimentos paredistas e pressionar o Governo a pagar os 50 pontos percentuais, as distorções de trabalhadores, além de continuar na briga pelos Hospitais Universitários”, disse o sindicalista.
“Ao invés de aumento salarial, os trabalhadores só têm perdas. Uma das principais causas da greve é a preservação do HU como hospital público. Acreditamos que o HU tem condições de sobreviver, basta que o Governo Federal invista em recursos, para que a população mais carente não sofra tanto”, completou Roberto Maximiliano.
No próximo dia 13, uma caranava com dois ônibus sairá de Maceió para Brasília para mais uma trentativa de negociação com o Governo Federal.
Luta
Os servidores lutam, entre outras coisas, contra a aprovação do Projeto de Lei (PL nº 01/07) que tramita no Congresso Nacional, além de se manifestarem contrários à transformação do Hospital Universitário em fundação estatal, por entenderem que essa mudança representa a privatização do setor.
Os servidores esclarecem que são contra o PL nº 01/07 pelo fato da proposta congelar salários por dez anos, além dos limites já estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), acrescentando uma nova limitação para os gastos com o pagamento de servidores públicos em cada poder (Legislativo, Executivo e Judiciário) e órgão da União. O limite admite, apenas, o acréscimo, à despesa de pessoal do ano anterior, da variação acumulada da inflação mais 1,5%.