"Felipe era um menino alegre e bom", diz mãe
O conjunto Eustáquio Gomes de Melo, localizado no Tabuleiro do Martins, está de luto em memória aos cinco jovens assassinados, em menos de uma semana no local. Entre eles, está o estudante Felipe Bezerra dos Santos, que foi executado, na noite da última sexta-feira, após sair da residência de um amigo, no conjunto Jardim Saúde.
Com faixas pedindo justiça, familiares e amigos dos jovens bloquearam a BR 104 e queimaram pneus, na manhã desta terça-feira. Um protesto que durou cerca de quatro horas, pedindo justiça e mais segurança no bairro. A manifestação só terminou após a Polícia Militar convocar representantes dos moradores para uma reunião que acontecerá na próxima semana.
Ainda abalada com os últimos acontecimentos, Lêda de Araújo Bezerra – mãe de Felipe – clama por justiça após a morte de seu filho.
“Ele morava no bairro desde que nasceu, nunca teve problemas com ninguém. Ainda fico me perguntando qual o motivo para que alguém tirasse a vida de meu filho dessa forma tão cruel. Ele não tinha antecedentes criminais e nem era envolvido com drogas. Era um garoto bom, de família. Eu quero que a justiça seja feita”, desabafou.
De acordo com alguns moradores – que não quiseram ter as identidades reveladas – o índice de criminalidade no conjunto Eustáquio Gomes tem crescido de forma assustadora nos últimos anos, devido o envolvimento dos jovens com o tráfico de drogas.
“A favela de Lona, anexa ao conjunto, é o ‘refúgio’ dos jovens do conjunto que usam drogas. Na favela, existem pessoas boas, mas o tráfico de drogas vem ‘gritando’ à cada dia. Todos os moradores do Eustáquio Gomes andam com medo da violência no local, já que, muitas pessoas de bem tem morrido por engano”, afirmou uma moradora.
Assassinato
Uma visita a um amigo no conjunto Jardim Saúde, custou à vida de Felipe Bezerra, de 16 anos, e seu amigo – também adolescente – Joab, na noite da última sexta-feira, 17. Quando voltavam para casa, os dois amigos foram abordados, próximo ao campo do Jardim Saúde, por um veículo com dois homens armados que deflagraram tiros contra os jovens.
“As testemunhas contam várias histórias, mas o que conseguimos apurar foi que os criminosos abordaram os meninos e perguntaram aonde eles iriam. Quando responderam que estavam indo para casa, os bandidos mandaram eles caminharem sem olhar para trás. Ao saírem, foram executados sem explicação. Felipe com um tiro na cabeça e o Joab com nove tiros nas costas”, contou Lêda.
Os moradores reclamam que, próximo ao campo Jardim Saúde, não possui iluminação, facilitando a ação dos criminosos, além da ausência de um Batalhão da Polícia Militar, no conjunto Eustáquio Gomes .
