Cocaína boliviana abastece 80% das favelas do Rio

O mercado na cocaína na Bolívia abastece 80% das favelas do Rio de Janeiro, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Departamento de Narcóticos da Bolívia. Segundo estimativas o Estado do Rio será o destino final de 16 t da droga provenientes do país vizinho.

Um dos principais motivos para o crescimento do mercado boliviano de cocaína no Brasil é a miséria que atinge o país. Só nos últimos dois anos, as plantações dobraram a área cultivada na Bolívia e chegam a 35 mil hectares. Os cultivos avançaram sobre as florestas e reservas indígenas e levaram até crianças para o trabalho nas plantações.

Na mesma proporção que cresce floresta adentro e estica suas cercas para bem longe dos acordos internacionais, o mercado da cocaína boliviana faz o tráfico movimentar fortunas. Serão 120 t de cocaína produzidas este ano e o Brasil ficará com pelo menos 50 toneladas, segundo o trabalho da ONU.

A quantidade de dinheiro movimentado pelo crime organizado pode chegar perto de US$ 750 milhões (R$ 1,5 bilhão) em 2007 no Brasil, enquanto o Rio verá circular US$ 240 milhões (R$ 480 milhões). Os números mostram ainda que os traficantes do Rio vão vender 13 kg a mais de cocaína por dia.

O tráfico da cocaína entre o Brasil e a Bolívia também já deixou pelo menos 20 cidades brasileiras dependentes das drogas. São nestas cidades onde os traficantes "lavam" o dinheiro do tráfico, reinvestindo parte do dinheiro ganho no crime organizado em fazendas e comércio. Do lado boliviano, os pregões do pó se instalaram nas feiras-livres das cidades vizinhas à fronteira, onde traficantes anunciam ter cocaína e armas.

O fantástico lucro da coca só não chega ao bolso de quem vive da plantação. Com a avalanche da produção, eles são pressionados a vender aos atravessadores a colheita quase a preço de banana (lá, a fruta vale cinco vezes menos do que as folhas de coca).

Marcos, 13 anos, que trabalha em uma das plantações, chegou a assistir sua mãe negociando por exatos R$ 186 todo o trabalho de três meses dos pais e dos três irmãos. Com a produção da família, os traficantes vão ganhar R$ 20 mil.

Fonte: Terra

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