Presidente do PSC e ex-vereador volta a acusar Almeida e ironiza carta de secretário
O presidente do PSC em Maceió, Jorge VI, voltou a apontar irregularidades na vida política do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP). De acordo com o ex-vereador, há “uma cortina de fumaça na Prefeitura de Maceió que é mantida pelas obras que vem sendo feitas pela infra-estrutura, enquanto as demais áreas sofrem problemas, como por exemplo, a assistência social”.
“O povo não come cimento e concreto”, disse Jorge VI ao reconhecer que a infra-estrutura é um ponto positivo de Maceió e ao mesmo tempo criticando o retorno dos R$ 107 milhões do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome que retornam por conta das inúmeras suspeitas de irregularidades dentro da pasta da Assistência Social de Maceió.
Jorge VI disse ainda – com exclusividade ao Alagoas 24 Horas – que o prefeito Cícero Almeida vem fazendo ameaças veladas no programa de rádio que possui em uma das emissoras alagoanas. “Uma das frases seria: ‘vou lhe quebrar’”, destacou o líder do PSC.
O ex-vereador disse que mantém os questionamentos que faz ao prefeito Cícero Almeida. “Ele precisa explicar o aumento da tonelada do lixo. Ele precisa explicar porque concedeu tantas licenças de postos de combustíveis a “compadres”. Ele precisa explicar de onde veio o dinheiro para comprar o apartamento que possui no Meliá. Ele precisa explicar o uso de laranjas para comprar fazendas no interior do Estado de Alagoas e as lojas de automóveis. Quero saber também se é verdade que o dono da empresa Viva Ambiental é mesmo Abud Latif, sócio de Zuleido Veras”, destacou Jorge VI.
O prefeito de Maceió – em recente entrevista – desacreditou as acusações de Jorge VI e chegou a colocar que elas têm motivações políticas. O prefeito destacou inclusive o fato de Jorge VI ter falado pela primeira vez uma rádio que supostamente – como aponta a Revista Veja – pertence a um laranja de Renan Calheiros, insinuando que há um bloco governista querendo derrubá-lo.
No entanto, Jorge VI prestou entrevistas a diversos veículos, inclusive ao Alagoas 24 Horas, reafirmando as denúncias. Em resposta a Almeida, ele diz que o prefeito tenta fazer uma ilação entre líder do PSC e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). “É uma cortina de fumaça que ele quer usar. Eu estou fazendo as denúncias enquanto cidadão, líder de um partido e ex-vereador com três mandatos”, disse.
Almeida ainda ameaçou processar Jorge VI e disse que já há uma ação contra ele na Justiça. O ex-vereador – em entrevista ao Alagoas 24 Horas – reconheceu que há de fato uma ação tramitando e salientou: “Eu quero inclusive que o prefeito esteja presente, pois tenho provas do que eu falo e confio na Justiça do nosso Estado”.
Em entrevista recente, Jorge VI disse ainda que o prefeito de Maceió estaria financiando líderes comunitários por meio de Oscips, para que estes ligassem para rádios alagoanas e elogiassem a administração municipal. O ex-vereador disse que o povo precisa acordar para a farsa montada que é o governo de Cícero Almeida.
No dia de ontem, a Prefeitura Municipal utilizou seu site oficial para veicular uma resposta do secretário de Comunicação municipal, Marcelo Firmino, que coloca as denúncias de Jorge VI como um caso “patológico”. De acordo com Firmino, a obsessão de VI acabará com a saúde deste. Na visão de Firmino, o ex-vereador anda tão confuso que atribui a violência ao poder municipal, esquecendo que a segurança pública é estadual.
O presidente municipal do PSC disse que acatando sugestão do secretário chegou a ir ao médico. "Além de confirmar minha saúde física e mental, o médico ainda garantiu que não sofro de males como pedofolia ou cleptomania", disse.
O secretário de Comunicação destaca, ainda, os 86% da aprovação popular de Cícero Almeida. Firmino chama Jorge VI de leviano e destaca – na carta – que há uma “confusão mental” por parte do líder partidário.
Ironias
Jorge VI rebateu as declarações de Marcelo Firmino de forma irônica: “É de consenso geral que dois secretários desistiram da pasta da Comunicação porque o prefeito de Maceió teria feito propostas indecentes, contratando uma empresa de Recife e que toda a mídia seria feita por lá”. O ex-vereador refere-se ao fato das saídas de Nelson Ferreira (que sequer chegou a ocupar a pasta) e do publicitário Luiz Dantas.
VI ainda complementa: “pela história de Marcelo Firmino acredito que ele não aceitou as propostas, mas que mudou a mentalidade do prefeito Cícero Almeida”. De acordo com o denunciante, a empresa seria de um marqueteiro de Cícero Almeida, que durante a campanha municipal trabalhou para a eleição do prefeito de Maceió.
Ao se referir ao comunicado oficial, Jorge VI diz que é um típico mal uso do portal da Prefeitura Municipal de Maceió, que deveria – segundo o ex-vereador – ser utilizado efetivamente para apresentar as questões de interesse geral da população de Maceió. “Eu achava que o secretário Marcelo Firmino teria outras atribuições e não servir de escudo para Cícero Almeida”, disse ainda.
Para finalizar, Jorge VI rebateu a acusação de que estaria sendo vítima de uma “confusão mental”. “Não acuso o prefeito de Maceió pela violência. Eu apenas destaco que nas capitais em que os programas federais funcionam a violência é reduzida. É uma conseqüência. R$ 107 milhões estão voltando por conta de irregularidades. Depois do governo de Cícero Almeida, Maceió é uma das 11 capitais mais violentas”, frisou.
De acordo com o líder do PSC, os avanços da infra-estrutura estão sendo utilizados por Cícero Almeida como um circo. Enquanto isto, as irregularidades avançam. “Há até postos de combustíveis, por conta da licença dada aos amigos, que são construídos entre prédios habitacionais, o que é proibido por lei”, lembrou o ex-vereador.
