Ex-banqueiro acusado de desvio público de dinheiro é preso

DivulgaçãoSalvatore Cacciola teve pedido de extradição aceito

Salvatore Cacciola teve pedido de extradição aceito

A Interpol prendeu, neste sábado, Salvatore Cacciola, ex-dono do banco Marka, em Mônaco, segundo informações da GloboNews. Cacciola, que estava foragido, é condenado a 13 anos de prisão por crimes de peculato e gestão fraudulenta. Ele foi acusado de receber informações privilegiadas do então presidente do Banco Central, Francisco Lopes.

O escândalo financeiro de 1999 ocorreu durante o processo de desvalorização do Real, em janeiro daquele ano, quando o Banco Central teria socorrido os bancos Marka e FonteCindam com R$ 1,6 bilhão. O objetivo seria impedir a liquidação das duas instituições para evitar um abalo em todo o sistema financeiro.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Financeiro do Senado, quatro meses depois de se recusar a depor, Francisco Lopes teria afirmado que o Banco Central obtivera ganhos financeiros na operação de socorro aos bancos Marka e FonteCindam, negando que o BC tivesse negociado com as duas instituições por uma cotação inferior à do mercado.

Dos seis demais envolvidos no processo que foi julgado na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, o ex-Presidente do banco FonteCindam Luiz Antonio Gonçalves foi sentenciado a 10 anos de detenção mais 120 dias-multa (R$ 156 mil). Ele foi definido pela juíza como "homem com estreitas relações com o poder à época e ex-ocupante de altos cargos no Poder Executivo", que "se valeu de seu livre trânsito na autarquia, da qual era também ex-funcionário, para obter as benesses já analisadas no item seis desta sentença". Antes de presidir o FonteCindam, Gonçalves ocupou cargo de destaque no Ministério da Fazenda.

O controlador do FonteCindam, José Roberto Steinfeld, e os diretores do Banco Central Cláudio Mauch e Demóstenes Madureira de Pinho também foram condenados a 10 anos de reclusão. Já a chefe de fiscalização do BC, Tereza Grossi, e o amigo particular de Francisco Lopes, Luiz Augusto Bragança, acusado de ser o intermediário das relações entre o Presidente do BC com o banqueiro Cacciola, foram sentenciados respectivamente a 6 e 5 anos de prisão, em regime semi-aberto. Todos os acusados, à exceção de Cacciola, foragido, aguardam o julgamento de recursos em liberdade.

A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho considerou ainda que "a imoralidade do socorro ao Marka" e "o favorecimento claro ao FonteCindam", dos quais teriam participado Grossi e Mauch impossibilitavam a permanência de ambos nos quadros do serviço público.

Fonte: IG

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