Renan adia retorno a Alagoas e vai ao Senado

G1Aliado diz que Renan está abatido

Aliado diz que Renan está abatido

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a casa onde mora, em Brasília, às 17h desta quinta, e chegou ao gabinete às 17h25. Ele adiou a viagem programada para Alagoas. Há expectativa de que, no Senado, anuncie a licença da presidência da Casa.

Ao chegar ao gabinete, pediu um teleprompter (aparelho que ajuda na leitura de texto para a televisão). Aliados afirmam que ele passou o dia analisando a licença. À tarde, avaliava o formato do pedido: o prazo e a forma do anúncio.

De acordo com um senador, que esteve com Renan nas últimas horas, o presidente do Senado não deu nenhuma resposta definitiva aos apelos para que se afaste da presidência, em troca de mais tranquilidade para defender o mandato dos três processos de cassação aos quais responde no Conselho de Ética.

"Acredito que ele não tem muitas opções. Falta saber como ele vai encaminhar a licença", afirmou o parlamentar.

O senador Wellinton Salgado (PMDB-MG), um dos principais aliados de Renan, acompanha do gabinete no Senado as articulações. No entanto, não quis dar pistas à imprensa sobre o futuro de Renan.

Apelos no plenário

Na terça-feira (9), Renan saiu do plenário antes de terminar a sessão que presidia após quase duas horas de repetidos apelos para que se afaste da presidência da Casa. Ele deixou o plenário enquanto o senador José Agripino (DEM-RN) repetia os mesmos apelos feitos pelos demais colegas: para que Renan saia da presidência porque a situação dele é insustentável.

“O que quero defender é a instituição à qual todos nós pertencemos, que é o Senado Federal. Essa, sim, é a nossa preocupação. É a preocupação que fez com que reuníssemos, agora há pouco, líderes de todos os partidos. A defesa, presidente, é da credibilidade da instituição para a qual vossa excelência, eu e todos nós fomos eleitos”, disse Agripino.

Acusações

No mesmo dia, foi apresentada mais uma denúncia contra Renan. Ele é acusado de uma suposta espionagem contra os senadores de oposição, Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).

“O caso de Goiás foi a gota d’água. Isso mexe com as questões internas da Casa. Se ele se mantiver [na presidência], o Senado vai ficar insustentável”, avaliou minutos antes o senador Pedro Simon, que junto com o senador Jarbas Vasconcellos (PE) representou o PMDB numa reunião com os senadores de oposição.

Renan Calheiros já responde a três denúncias no Conselho de Ética. No primeiro processo, ele é acusado de tráfico de influência para que a cervejaria Schincariol tivesse o "perdão" de uma dívida de R$ 100 milhões com o INSS.

No segundo, aberto a pedido do Democratas e do PSDB, Renan é acusado de ter utilizado laranjas para adquirir empresas de comunicação em Alagoas. Em outra denúncia, de autoria do PSOL, ele é suspeito de ter participado de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios liderados por seu partido, o PMDB.

O presidente do Senado já foi absolvido de outra acusação, de que teria recebido ajuda de um lobista para pagar despesas com a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, capa da revista "Playboy" deste mês. Apesar de ter sido aprovado pelo Conselho de Ética o relatório que pedia a cassação de seu mandato, Renan foi absolvido pelo plenário do Senado.

Fonte: G1

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