‘Eles são os assassinos e eu é que vivo aprisionado’, desabafa Cícero Ferro

O deputado Cícero Ferro (PMN) decidiu romper o silêncio sobre os atentados contra a sua vida, dos quais tem sido vítima desde 2004. Em pronunciamento feito na sessão desta quarta no plenário da Assembléia Legislativa (ALE), sem citar nomes, Ferro disse que a Justiça alagoana recebeu o pedido de um grupo de nove advogados, para relaxar o pedido de prisão contra os responsáveis pelo atentado do qual foi vítima em janeiro de 2004.

Ferro também falou sobre o caso envolvendo o caseiro que trabalhava na casa dele, no condomínio Aldebaran, cooptado pelo mesmo grupo para armar uma armadilha para vitimá-lo.

De acordo com o deputado, o juiz da comarca de Cacimbinhas, Antonio Barros da Silva Lima, decretou a prisão de José Ilton Cardoso Ferro, o Zé Nilton e quatro filhos, apontados como responsáveis pelo atentado em 2004, apesar de nunca terem sido presos e terem entrado com pedido de relaxamento de prisão. “Confio na Justiça alagoana, e no juiz Mário Casado Ramalho, relator do processo. Porque se o pedido de prisão desses homens for relaxado, podem acreditar que estarão decretando a pena de morte do deputado Cícero Ferro. Eles são os assassinos e eu é que vivo aprisionado”, desabafou o parlamentar.

Cícero Ferro disse, ainda no seu pronunciamento, que o atentado do qual foi vítima há três anos, não atingiu apenas a ele particularmente. “Atingiu aos 27 deputados que fazem parte desta Casa”, considerou. Ele disse que desde janeiro de 2004, quando foi atingido por mais de dez tiros de armas de fogo, de diversos calibres, juntamente com seu motorista particular, já sofreu outras três tentativas de assassinato. “A última, quase aconteceu porque o caseiro que trabalhava na minha casa foi flagrado conversando com os homens que fazem parte do grupo de assassinos, quando ele acertava os detalhes para me entregar para esse grupo”, relatou Cícero Ferro.

Recentemente, José Ilton Cardoso e o grupo que o acompanha foram acusados de práticas criminosas nos Estados de Pernambuco e Maranhão, onde também teve a prisão decretada. “Sobre isso, enviei todos os pedidos de prisão que a Justiça alagoana tem contra esses criminosos, mas não obtive resposta”, relatou o deputado, acrescentando que considera um absurdo o fato de os acusados andarem livremente, com os números dos telefones celulares identificados e se manterem em liberdade.

Ele encerrou o pronunciamento dizendo que os acusados andam livremente no Sertão alagoano, no município de Minador do Negrão, sem que a polícia os prenda e apelou para a retirada de circulação do grupo de forma imediata. “Eu espero que nenhum dos senhores passe pelo que estou passando nesses últimos três anos”, concluiu Cícero Ferro.

O parlamentar confirmou que recebeu o contato da produção do programa Linha Direta, da Rede Globo de Televisão, com o objetivo de enfocar o caso no qual o parlamentar está envolvido. Cícero Ferro disse ter encaminhado o material solicitado, mas até agora nada de concreto foi produzido pelo programa televisivo.

O presidente da Assembléia, deputado Antonio Albuquerque (Democratas) prestou solidariedade a Ferro e se comprometeu em encaminhar expediente à secretaria de Defesa Social (SDS) pedindo empenho e agilidade para localizar e prender José Ilton Cardoso e seus filhos, responsáveis pelo atentado contra o parlamentar.

Fonte: ALE

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