O autismo, distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há décadas, ainda é muito pouco discutido em Alagoas. Por este motivo, um grupo de pais de crianças autistas se reuniu e estão organizando o curso “Autismo: Diagnóstico e Intervenção”, que se realizará no dia 17 de novembro, no auditório da Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas (Esmal).
Segundo Kátia Machado, mãe de Eduardo, de 06 anos, e uma das organizadoras do evento, uma das maiores dificuldades dos pais que percebem os sintomas do autismo em seus filhos é a falta de profissionais capacitados para diagnosticar e tratar o distúrbio em Alagoas.
“Estamos organizando este curso de forma extensiva, não apenas para profissionais de saúde, mas para todos os que se interessem pelo tema. Nosso objetivo é que o autismo seja mais conhecido e estudado, evitando que os alagoanos se desloquem para outras capitais para tratar seus filhos”, explica.
O médico psiquiatra Raymond Rosenberg será o responsável pelo curso, que abordará temas como “História do autismo e teorias etiológicas”, “Escalas Diagnósticas”, “Abordagens terapêuticas”, “Casos de inclusão e exclusão: dilema”, “Abordagem medicamentosa” e “Políticas de prevenção” serão abordados durante o evento. Rosemberg ainda é membro fundador da Associação de Amigos do Autista (AMA-SP) e membro da Academia Americana de Psiquiatria.
O público-alvo do evento são estudantes e profissionais de psicologia, psiquiatria, pediatria, neurologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional e educação física. Professores, familiares e amigos de portadores de autismo e Asperger também podem participar.
Segundo o diretor-geral da Esmal, desembargador José Carlos Malta Marques, apoiar eventos deste tipo é uma forma de aproximar a Escola da Magistratura de todos os segmentos da sociedade. “Isso é um braço da Esmal na firmação dos serviços comunitários”, afirma.
As inscrições podem ser feitas na Internet, no site da Esmal (www.esmal.tj.al.gov.br). O valor da inscrição para profissionais é de R$40 e os estudantes pagarão R$20.
Realidade Alagoana
Os pais de autistas em Alagoas têm vivido verdadeiras peregrinações por outros Estados, em busca de profissionais e tratamento adequados para seus filhos, e acabam se deparando com preços exorbitantes na hora de pagar as despesas médicas.
“Às vezes, precisamos trazer os psicólogos e psiquiatras de outros Estados, e chegamos a gastar até R$ 400 por hora de atendimento”, explica Mônica Ximenez, que também é mãe de um autista.
O objetivo dos pais com a realização deste evento é tentar viabilizar a instalação de uma AMA – Associação de Amigos do Autista – em Maceió. Toda a estrutura de psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, pedagogos e muitos outros profissionais estaria disponível na associação, o que facilitaria o tratamento das crianças alagoanas, evitando que elas se desloquem e, também, reduzindo os custos do tratamento.
