Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, recebeu 65 visitas desde o dia 25 de julho deste ano, quando chegou ao Presídio Federal de Campo Grande (MS). Sete advogados estão cadastrados para visitá-lo, mas só quatro mantiveram audiências com o traficante. Eles estiveram com Beira-Mar em 30 ocasiões nos últimos quatro meses. As visitas, que têm duração de uma hora, só podem ser feitas após o cadastro prévio e com antecedência. Familiares e amigos visitaram ele 35 vezes. A informação está em relatório elaborado pela direção da prisão à Procuradoria da República do Paraná.
A Polícia Federal deflagrou nesta semana operação Fênix, que prendeu 11 pessoas ligadas à quadrilha. Para a PF, as visitas de familiares são o meio que o traficante usa para romper o isolamento e manter o controle dos negócios com drogas e armas. O Ministério Público Federal também pediu a relação das pessoas – advogados e familiares – que tiveram contato com Beira-Mar durante os 12 meses que ele ficou no Presídio Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná, antes de ser transferido para Campo Grande. Os regimes disciplinares das duas penitenciárias são considerados os mais rígidos do País.
Pelas regras do presídio, o preso pode conversar com o advogado às segundas, terças e sextas-feiras, separados por uma parede de vidro e através de um sistema de comunicação. Embora tenha afirmado que familiares e advogados ajudariam no esquema de tráfico internacional, a Polícia Federal não informou quem são os advogados investigados.
Já as visitas de familiares e amigos acontecem uma vez por semana. Três adultos podem visitar juntos Beira-Mar durante três horas. Não há limites quanto ao número de crianças. A mulher de Beira-Mar, Jaqueline Alcântara de Morais, presa no Rio, foi quem mais esteve com o traficante em Campo Grande. Das 35 visitas que Beira-Mar recebeu desde julho, 14 foram de Jaqueline. Ela é apontada pela PF como o principal canal de Beira-Mar para emitir ordens à quadrilha. Outras duas pessoas da família presas, a irmã do traficante, Débora Costa, e o cunhado, Ronaldo Alcântara de Morais, também estão na relação de visitantes.
O filho do traficante Felipe Alexandre da Costa, 21 anos, que estava com Ronaldo Morais na hora da prisão em Campo Grande, chegou a ser detido e foi liberado em seguida.
