O ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante foi condenado a 27 anos de reclusão pelo assassinato de Ebson Vasconcelos da Silva, o Êto, além de responder por formação de quadrilha e lesão corporal grave. O julgamento ocorreu durante todo o dia de hoje, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro.
A setença foi proferida no final da tarde pelo juíz José Braga Neto, que decidiu condenar Cavalcante a 19 anos e seis meses por homicídio duplamente qualificado e sete anos e seis meses por formação de quadrilha e lesão corporal grave por ter ferido Charles Gomes, que foi atingido por uma bala perdida durante a emboscada tramada contra “Eto”.
Quanto ao ex-policial militar Ednaldo da Silva Bezerra, o Cigano – também acusado na morte de Êto – será julgado em separado, já que a testemunha chave na investigação – o policial Garibalde Alves Amorim – não compareceu ao julgamento. De acordo com os juízes, seu julgamento ocorrerá em outra ocasião.
Depoimentos
Em depoimento ao juiz José Braga Neto, o ex-oficial militar relembrou o assassinato do líder indígena Íbis Menino, ocorrido na década de 80, em Murici, e acusou o então delegado de polícia e hoje deputado federal Francisco Tenório de ser o autor intelectual do crime, embora não tenha fornecido razões para o mesmo.
Ebson Vasconcelos foi assassinado em 2002, no Centro de Maceió. Em depoimento, Êto acusou o policial Garibalde Alves Amorim e o ex-tenente-coronel Cavalcante como autores materiais da morte do tributarista Silvio Vianna, ocorrida em 1996.
Fernando Fidélis e Garibalde, em depoimento ao Ministério Público, acusaram o delegado Valdir Carvalho e o PM Emanuel Guilhermino, o Fininho, de terem intermediado a morte de Êto, atendendo a uma ordem de Cavalcante.
Outro acusado pelo assassinato de Êto, o ex-policial militar Ednaldo da Silva Bezerra, o Cigano, também negou a autoria do assassinato e acusou ou ex-PM, Emanoel Guilhermino, o Fininho, como autor do crime. De acordo com Bezerra, o crime teria sido encomendado pelo ex-prefeito de Atalaia, Zé do Pedrinho, e pelo delegado Élvio Brasil.