Trabalhadores rurais protestam contra as obras do Rio São Francisco
Os trabalhadores rurais ligados à Comissão Pastoral da Terra bloquearam por aproximadamente uma hora a Avenida Fernandes Lima, exatamente no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisava o recurso do procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, pedindo a imediata suspensão das obras para que fossem elaboradas estudos de impacto ambiental. E que fosse suspensa, também, a licença prévia concedida pelo Ibama para dar início ao projeto.
Segundo os coordenadores da CPT em Alagoas, a mobilização é para chamar a atenção para a importância da discussão, no entanto, após saber que o STF decidiu que o projeto de transposição não deve ser parado, os trabalhadores rurais retornaram para a sede do Ibama, ocupada desde terça-feira, 18.
A decisão do Supremo é válida até o julgamento final da ação – sem data prevista. Também nesta quarta-feira, o ministro Menezes Direito cassou decisão do Tribunal Regional Federal, em Brasília, que suspendia as obras. Ele concedeu uma liminar em favor da Advocacia-Geral da União (AGU). A decisão final caberá ao plenário do Supremo, sem data prevista para o julgamento.
Há 23 dias, o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, está jejuando pela interrupção das obras da transposição. Em Alagoas, cinco integrantes da CPT também deram início a um jejum, no entanto, a decisão do STF deve provocar reações mais radicais dos grupos anti-transposição. Em Brasília, integrantes de comunidades ribeirinhas, políticos e artistas acompanharam e sessão.
