Benazir Bhutto morre em atentado

A ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto morreu nesta quinta-feira (27) em um atentado a bomba no Paquistão.

Ela participava de um comício político na cidade de Rawalpindi. Bhutto retornou ao país em outubro, depois de anos de exílio, e era considerada uma das favoritas nas eleições parlamentares de 8 de janeiro. Ao menos 20 pessoas morreram neste atentado a bomba. Há cerca de 40 feridos.

Segundo o ministro do Interior, foi uma ação suicida. "Foi um atentado. Não sabemos ainda o número certo de vítimas. O suicida provocou a explosão quando as pessoas estavam se dispersando depois da manifestação de Bhutto", afirmou o porta-voz do ministro, Javad Iqbal Cheema.

Wasif Ali Khan, membro do partido de Bhutto que estava no hospital de Rawalpindi, confirmou a morte. "Às 18h16 (11h16 pelo horário do Brasil), ela morreu", disse Ali Khan.

Apesar de ainda não haver informações confirmadas sobre a autoria do atentado que matou a ex-premiê, apoiadores de Bhutto gritavam na porta do hospital "Musharraf, cachorro" -referindo-se ao atual presidente do país, Pervez Musharraf, com quem Bhutto teve grandes divergências públicas.

Tiroteio
Horas antes, em outro ato de violência no Paquistão, desta vez em Islamabad, pelo menos quatro pessoas morreram em tiroteios durante um comício do ex-premiê Nawaz Sharif, outro líder da oposição.

"Quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas", disse à France Presse um oficial da polícia de Islamabad, Syed Kalim Imam.

Os disparos pareciam ter sido feitos a partir de um edifício onde funciona um partido político rival que apóia o presidente Pervez Musharraf, afirmaram testemunhas à France Presse. Até o momento a polícia não confirmou a informação.

O incidente aconteceu em um subúrbio da capital, quando militantes do partido de Sharif preparavam bandeiras antes da chegada de seu líder e uma briga teve início.

A violência no Paquistão
A morte de Benazir Bhutto é a última ocorrência de uma série sem precedente de atentados suicidas na história do Paquistão.

O mais sangrento até o momento aconteceu durante uma manifestação do partido de Bhutto em 18 de outubro, quando dois homens-bomba mataram 139 pessoas em uma gigantesca passeata de simpatizantes que celebravam, em Karachi), o retorno da ex-premiê após seis anos de exílio.

Nessa ocasião, Bhutto escapou ilesa -porque estava dentro de um caminhão blindado à frente do cortejo.

Na última quarta-feira, o presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, afirmou ao colega afegão, Hamid Karzai, que visitava Islamabad, que o terrorismo islâmico está "destruindo" os dois países.

Crise recente
No mês passado, o Paquistão entrou uma grave crise interna, após o presidente Pervez Musharraf declarar estado de exceção no país, poucos dias antes de a Corte Suprema se pronunciar sobre a legalidade de sua recente reeleição como chefe de Estado.

Fonte: G1

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